O exército ucraniano revelou hoje que um soldado foi ferido mortalmente e outro foi hospitalizado, após serem atingidos por estilhaços no domingo, quando os separatistas apoiados por Moscovo dispararam granadas no leste do país.
O incidente aconteceu na véspera de negociações de paz, agendadas para hoje, que reunirão líderes da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esperar que estas negociações permitam o regresso ao cessar-fogo na linha da frente, discutido durante uma cimeira na sexta-feira com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, e com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Após um cessar-fogo respeitado durante o segundo semestre de 2020, os confrontos aumentaram entre Kiev e os separatistas pró-russos em Donbass (leste da Ucrânia) e as autoridades ucranianas dizem que 30 soldados morreram nos confrontos este ano, com os separatistas a confirmar cerca de 20 baixas desde janeiro.
Nas últimas semanas, as tensões aumentaram entre a Ucrânia e a Rússia, que destacou dezenas de milhares de soldados para perto da fronteira, aumentando o receio de uma operação militar em grande escala.
Em resposta, hoje, o Serviço de Segurança da Ucrânia anunciou o início de exercícios de contra-terrorismo em grande escala, para proteger alvos estrategicamente importantes, cujo objetivo, de acordo com aquela agência estatal, é "aprimorar a cooperação entre as instituições do país para fazer frente a ameaças e ações subversivas".
Durante as manobras, que abrangerão quase todas as regiões do país, será reforçada a vigilância de alvos de infraestrutura crítica, incluindo sistemas de energia e transporte.
O Serviço de Segurança da Ucrânia indicou que participarão também a Polícia Nacional, o Serviço de Guarda de Fronteiras, a Guarda Nacional, as Forças Armadas, o Serviço de Emergência do Estado e representantes do poder executivo e das autarquias, sem especificar o número de militares envolvidos.
Por causa deste exercício, em algumas localidades ucranianas poderão ser impostas restrições à circulação de veículos e peões, verificação de documentos de identidade e fiscalização de transportes.
Além disso, o Serviço de Segurança da Ucrânia pediu aos cidadãos para participarem nos exercícios, dando informações em caso de deteção de pessoas "suspeitas" ou ações á volta de instalações militares, prédios governamentais ou espaços públicos.
Na semana passada, o Exército ucraniano já realizou manobras com tanques e artilharia nas regiões da península da Crimeia, anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.
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