Jovem de 17 anos "pode ter mudado o mundo" ao filmar detenção de Floyd
"É difícil imaginar que teríamos este veredito se não fosse por Darnella Frazier, a miúda de 17 anos que pegou no telefone e filmou", indicou um jornalista norte-americano, referindo-se ao impacto que o vídeo da detenção de George Floyd teve na sociedade.
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Mundo George Floyd
Darnella Frazier, a jovem de 17 anos que utilizou a câmara do seu telemóvel para filmar a imobilização de George Floyd por Derek Chauvin, em maio do ano passado, reagiu com emoção à leitura da sentença do ex-polícia, depois de ter sido responsável, ela própria, pela divulgação do caso e, provavelmente, pelo rumo que acabou por tomar. A jovem, ao filmar o incidente, "pode ter mudado o mundo", escreve o Washington Post.
"Depois de tantas instâncias em que os agentes da polícia foram absolvidos do que aparentava, para muita gente, ser homicídio, desta vez foi diferente. E foi diferente, em grande parte, por causa do sentido de certo e errado de uma adolescente", pode ler-se no mesmo jornal, que relembra que Darnella, no dia 25 de maio de 2020, saiu de casa com uma prima, de 9 anos, para comprar um lanche, quando viu o incidente.
"É difícil imaginar que teríamos este veredito se não fosse por Darnella Frazier, a miúda de 17 anos que pegou no telefone e filmou Derek Chauvin a matar George Floyd", indicou um jornalista norte-americano. Recorde-se que o primeiro relatório da polícia de Minneapolis sobre a morte de Floyd dizia "homem morre após incidente de saúde durante interação com a polícia".
It’s hard to imagine we’d have this verdict if not for Darnella Frazier, the 17-year-old girl who took out her cell phone and recorded Derek Chauvin killing George Floyd.
— Nathan McDermott (@natemcdermott) April 20, 2021
A jovem [terceira a contar da direita, na imagem] colocou a criança dentro da loja de conveniência que estava ao lado e ficou no passeio, a filmar toda a interação entre os agentes e George Floyd. Eventualmente, a prima, com uma camisola verde-fluorescente que diz "Love", junta-se-lhe.
Darnella não se ficou pela gravação do incidente, foi testemunha da acusação durante o julgamento de Derek Chauvin. "Ele estava a sofrer. Parecia que sabia que tinha chegado o fim dele... Ele estava aterrorizado", disse, num depoimento que foi, também, amplamente noticiado.
Ontem, terça-feira, depois de o ex-polícia acusado de matar Floyd ter sido considerado, por unanimidade, culpado de todas as acusações de homicídio, Darnella recorreu ao Facebook para se expressar. "Chorei tanto. Esta última hora, o meu coração bateu tão forte, estava tão ansiosa, demasiada ansiedade", escreveu a jovem, citada pelo Guardian. "George Floyd, conseguimos!! Foi feita justiça!!", declarou, ainda, numa publicação preenchida com agradecimentos e emojis, segundo o jornal britânico.
Se Darnella Frazier poderá ter mudado a vida de muitas pessoas, também a dela ficou diferente. Foi homenageada pela PEN America, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para defender e celebrar a liberdade de expressão nos Estados Unidos, tendo recebido um prémio a reconhecer a sua coragem, que lhe foi entregue, virtualmente, pelo realizador norte-americano Spike Lee. A atriz Meryl Streep e docente de direito Anita Hill também falaram com ela.
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