"A receção de 2.750 mulheres, crianças e homens das ilhas gregas está concluída. Mantivemos a nossa palavra. Espero que os outros Estados-membros da União Europeia (UE) cumpram o seu compromisso rapidamente. Trata-se da credibilidade da cooperação europeia", afirmou o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer.
O ministro alemão acrescentou que esta tarefa europeia está longe de terminar, porque "as condições para os refugiados em toda a UE devem cumprir normas mínimas comuns" e "a ajuda no local ainda é necessária e o compromisso é firme".
Um novo pacto europeu em matéria de migração e asilo está atualmente em processo negocial no seio do bloco comunitário.
Ao abrigo de um programa europeu de relocalização que envolve vários Estados-membros da UE, incluindo Portugal, o último grupo que tinha como destino a Alemanha, composto por 103 refugiados procedentes dos campos das ilhas gregas, chegou hoje à cidade de Hanôver, capital do estado federado da Baixa Saxónia.
O grupo é composto por 48 adultos e 55 menores, elementos de um total de 21 famílias, segundo precisou o Ministério do Interior alemão.
Estas pessoas serão acolhidas em mais de 10 estados federados alemães (designados como Länder) que manifestaram disponibilidade para as receber.
A distribuição destas pessoas no território alemão é estabelecida com base num mecanismo acordado entre o governo federal e os Länder, que tem em conta critérios como os laços familiares existentes ou a existência de necessidades médicas específicas.
Desde abril do ano passado, 2.765 pessoas vindas dos campos de refugiados da Grécia chegaram à Alemanha.
Em março de 2020, o governo alemão decidiu acolher 53 migrantes menores não acompanhados e 243 migrantes menores com patologias, e respetivas famílias, que estavam na Grécia, no âmbito de uma ação concertada a nível europeu, um compromisso que, segundo anunciou Berlim, foi cumprido em dezembro do ano passado.
Depois do incêndio que destruiu o sobrelotado campo de refugiados de Moria (na ilha grega de Lesbos) no verão passado, a Alemanha disponibilizou-se a acolher mais 150 menores não acompanhados, bem como mais 1.553 membros de famílias que tivessem o estatuto de refugiado reconhecido pelas autoridades gregas.
Entretanto, o executivo alemão comprometeu-se a facilitar, no decorrer de 2021, o acolhimento de até 6.800 refugiados como parte do programa de relocalização ou por razões humanitárias de migrantes procedentes da Turquia, Egito, Líbano, Jordânia, Quénia e Líbia.
Na quarta-feira, durante uma audição no parlamento, a secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, anunciou que Portugal vai receber mais 50 refugiados nas próximas semanas, dos quais 24 menores não acompanhados vindos da Grécia.
Na mesma audição, a secretária de Estado sublinhou que mesmo durante a pandemia o Governo português continuou "a acolher quem mais precisa", tendo o país recebido 116 refugiados.
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