As vítimas pagavam 9.000 dólares (7.800 euros) a supostos recrutadores, que lhes prometiam emprego no estrangeiro, mas que as traficavam para Abidjan, Costa do Marfim, onde eram mantidas sob coerção física e psicológica, explicou a Interpol em comunicado.
Eram obrigadas a ajudar a enganar outras pessoas com a mesma promessa de encontrar um emprego no estrangeiro, simulando estar no Canadá, tirando fotografias em restaurantes e hotéis de luxo e publicando-as 'online'.
Os traficantes apenas permitiam às vítimas um contacto limitado com as famílias, para manter a ilusão de que viviam no estrangeiro.
As primeiras rusgas a dois dos locais associados à rede de tráfico foram realizadas em fevereiro numa operação conjunta entre a Costa do Marfim e o Gana, de onde eram originárias algumas das vítimas.
As restantes vítimas eram do Benin, Burkina Faso e Togo.
O esquema tornou-se conhecido quando o pai de duas vítimas se apresentou às autoridades ganenses.
O diretor-geral da Polícia Nacional da Costa do Marfim, Youssouf Kouyate, elogiou a "estreita cooperação" com a polícia ganesa e a Interpol, assim como "a coragem das vítimas que se apresentaram para ajudar nesta investigação".
Depois de libertadas, as 33 vítimas foram encaminhadas para uma organização não-governamental para serem avaliadas, refere-se no comunicado da Interpol.
As burlas deste tipo são cada vez mais comuns na África Ocidental e as forças policiais da região já realizaram rusgas em massa no passado, incluindo a detenção de mais de 300 pessoas em 2024.
A Interpol, que tem 196 países membros, trabalha para ajudar as forças policiais nacionais a comunicar entre si e a localizar suspeitos e criminosos em domínios como o contraterrorismo, o crime financeiro, a pornografia infantil, o cibercrime e o crime organizado.
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