A Noruega vai administrar vacinas à base da tecnologia mRNA, como a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna como segunda dose a quem tinha tomado a primeira da AstraZeneca, anunciou o ministério da Saúde esta sexta-feira.
A Noruega suspendeu a 11 de março a utilização da vacina da AstraZeneca, de forma a garantir mais tempo para estudar os efeitos secundários, raros, mas potencialmente graves do medicamento.
Agora, a decisão de retomar ou não a vacina daquela farmacêutica (ou limitá-la a determinada faixa etária) só será tomada quando estiver concluído o relatório de uma comissão nomeada pelo governo, que deve ser entregue a 10 de maio.
Ainda assim, a decisão chegará tarde para aqueles que já receberam a primeira dose, como explica em comunicado o ministro da Saúde, Bent Hoeie.
"Portanto, aqueles que receberam uma injeção da vacina AstraZeneca vão receber segundas doses da Pfizer/BioNTech e da Moderna", adianta.
Depois da Dinamarca, Finlândia, França e Alemanha, a Noruega torna-se assim no mais recente país a misturar vacinas.
Das mais de 134.000 injeções da vacina AstraZeneca administradas na Noruega até 11 de março, foram detetados cinco casos de trombose grave - incluindo três mortes - em pessoas relativamente jovens e até então saudáveis. Outro vacinado pela primeira vez morreu de hemorragia cerebral.
A decisão da Noruega surge no dia em que s Agência Europeia do Medicamento (EMA) insistiu que os benefícios da vacina da AstraZeneca, em todas as faixas etárias, superam os riscos que foram suscitados com casos raros de coágulos sanguíneos.
A EMA admitiu ainda não ter, para já, uma explicação para os casos raros de coágulos, que podem estar associados à vacina da AstraZeneca. "Ainda não sabemos qual o verdadeiro mecanismo destes fenómenos", declarou Marco Cavaleri, o diretor de ameaças biológicas para a saúde e da estratégia de vacinas.
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