Jornalista detido em Benguela no âmbito de um processo por difamação

Um jornalista angolano foi detido sexta-feira em Benguela, no âmbito de um processo de difamação movido pelo anterior governador da província, por alegada falta de comparência numa sessão do tribunal, para a qual não foi notificado, segundo o seu advogado.

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Lusa
24/04/2021 12:59 ‧ 24/04/2021 por Lusa

Mundo

Benguela

 

Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Teixeira Cândido, há informações contraditórias sobre o que levou à detenção do jornalista Francisco Rasgado, pelo que é necessário obter esclarecimentos.

"Se o Francisco Rasgado não foi notificado, não incorre num crime de desobediência. Por outro lado, o crime de difamação e calúnia é um crime particular e neste caso não há riscos de fuga e destruição de prova, é preciso perceber o que está em causa e saber quais os motivos, se a detenção tem a ver com a suposta difamação ou com a suposta desobediência", disse à Lusa Teixeira Cândido.

O mandado de detenção, assinado pelo juiz da comarca de Benguela, António José Santana, na quinta-feira e executado na sexta-feira, manda que o arguido, de 64 anos, "seja conduzido à cadeia", mas não refere os motivos.

Francisco Rasgado, diretor e fundador do jornal Chela Press, assinou no ano passado um artigo denunciando alegadas atos de corrupção, gestão danosa e desvio de meios públicos ligados ao governo de Benguela, liderado até ao mês passado por Rui Falcão.

Em causa estava o desvio de equipamentos para construção civil, distribuídos pelo governo central, que foram apreendidos pela Procuradoria-geral da República (PGR) por suspeitas de fraude na adjudicação à firma CCJ, do empresário Carlos Cardoso, que também apresentou queixa contra o jornalista por calúnia e difamação, segundo a Voice of America.

As máquinas viriam mais tarde a ser devolvidas à construtora.

A Lusa não conseguiu, até ao momento, falar com o advogado de Francisco Rasgado.

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