OMS nota intensificação da pandemia e situação "dilacerante" na Índia
A Organização Mundial de Saúde alertou hoje que na última semana houve tantas novas infeções pelo SARS-CoV-2 como nos primeiros cinco meses da pandemia da covid-19, salientando que a situação na Índia é "para lá de dilacerante".
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Mundo Covid-19
"Globalmente, a pandemia continua a intensificar-se", afirmou o diretor-geral da agência das Nações Unidas para a saúde numa conferência de imprensa virtual a partir da sede da organização, em Genebra, notando que pela nona semana consecutiva há um aumento da média de novos casos e pela sexta semana consecutiva, de novas mortes.
Tedros Ghebreyesus saudou "as pequenas descidas em novos casos e mortes" em algumas regiões do mundo, mas voltou a apontar a disseminação do vírus na Índia como uma situação especialmente preocupante.
Com uma nova variante a espalhar-se, aquele país chegou a quase 350 mil novos casos diagnosticados num único dia, segundo os números de domingo passado.
No início do que a OMS designou como Semana Mundial da Imunização, o diretor-geral salientou que a pandemia significou perturbações nos processos de vacinação para outras doenças além da covid-10, tais como "o cancro cervical, malária e ébola" e anunciou o começo de uma campanha de angariação de fundos para campanhas de vacinação conduzida pela Fundação OMS.
Intitulada "Go give one", visa conseguir donativos de 15 milhões de pessoas e empresas para recuperar o que ficou por fazer, salientando que há "60 campanhas de vacinação suspensas em 50 países", o que significa que estão "228 milhões de crianças vulneráveis ao sarampo, à febre amarela e à poliomielite".
As perturbações provocadas pela pandemia que se espalhou pelo mundo em 2020 continuam este ano "em um terço dos países durante o primeiro trimestres", o que já levou a surtos de sarampo em países como a República Democrática do Congo, Paquistão e Iémen.
"Temos que recuperar destas perturbações e garantir que os serviços são restabelecidos rapidamente e em segurança", apelou.
A OMS, em colaboração como entidades como a UNICEF e a Aliança Global das Vacinas, lançaram também hoje uma Agenda de Imunização para 2030 para "maximizar o impacto das vacinas e evitar as regressões", o que poderá "evitar 50 milhões de mortes durante a próxima década, 75 por cento das quais em países de baixos e médios rendimentos".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.109.991 mortos no mundo, resultantes de mais de 147 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.965 pessoas dos 834.638 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
[Notícia atualizada às 18h40]
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