Merkel pede à China "transparência" e "reconhecimento" de vacinas

A chanceler alemã, Angela Merkel, apelou hoje ao primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, por uma "cooperação transparente" e "reconhecimento mútuo" das vacinas para a covid-19, lembrando que a luta contra a pandemia envolve "trabalho em conjunto".

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Lusa
28/04/2021 11:36 ‧ 28/04/2021 por Lusa

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Covid-19

 

"Só podemos combater a pandemia se trabalharmos juntos", disse a chanceler, no discurso de abertura das consultas bilaterais, este ano realizadas por videochamada, e com foco nos laços comerciais, alterações climáticas e a covid-19.

Alemanha e China podem desempenhar um "papel importante" desde que haja uma cooperação "aberta e transparente", incluindo o reconhecimento mútuo de vacinas desenvolvidas contra o coronavírus.

Este reconhecimento deve materializar-se "por meio da Organização Mundial da Saúde", com base nos padrões da organização da ONU, acrescentou.

A líder alemã e o primeiro-ministro chinês realizaram a sexta edição da reunião bilateral, que decorre a cada dois anos. A reunião foi formalmente aberta com uma declaração de Merkel.

Os temas formais da agenda são a cooperação bilateral, relações comerciais e económicas, as alterações climáticas e o combate contra o novo coronavírus.

Questões suscetíveis de criar tensão devem também ser abordadas, incluindo Direitos Humanos, a repressão ao movimento pró-democracia em Hong Kong e as denúncias sobre abusos contra membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur.

Para além do encontro bilateral entre os chefes de governo e da reunião conjunta entre executivos, haverá também um encontro com empresários.

Merkel e o Presidente chinês, Xi Jinping, mantiveram uma conversa por telefone no início de abril, na qual expressaram a intenção de continuar a aprofundar os laços bilaterais, apesar das tensões recentes.

Ambos os líderes apostaram no pragmatismo e Merkel defendeu a manutenção de um diálogo aberto, especialmente nas questões em que há "diferenças de opinião".

A União Europeia impôs sanções contra quatro funcionários e uma entidade chinesa, em 22 de março, por violações dos Direitos Humanos na região de Xinjiang, onde organizações estimam que até um milhão de uigures estão presos em campos de reeducação.

Foram as primeiras sanções da UE contra a China desde o massacre da Praça Tiananmen, em 1989.

Pequim retaliou com sanções contra dez europeus, metade deles eurodeputados, e quatro entidades.

 

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