Praia de Copacabana coberta de sacos negros para lembrar 400 mil mortos
A organização não-governamental (ONG) Rio de Paz realizou hoje um protesto com sacos pretos na areia da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em homenagem às mais de 400 mil vítimas da pandemia de covid-19 no Brasil.
© Lusa
Mundo Covid-19
A ONG espalhou 400 sacos de plástico pretos para simbolizar os cadáveres das mais de 400 mil pessoas que perderam a vida devido a complicações associadas à covid-19, naquele que é um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo.
"É uma reprodução de uma cena emblemática do momento atual de nossa história", disse à agência espanhola, Efe, o presidente da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa.
O Brasil registou a primeira morte devido à covid-19 em 12 de março de 2020 e, em pouco mais de 14 meses, atingiu 401.186 óbitos, quase 13% do total mundial, embora o país tenha menos de 3% da população do planeta.
O Brasil é o segundo país com mais mortes provocadas pela covid-19, depois dos Estados Unidos, e o terceiro em número de infetados, com mais de 14,5 milhões de casos registados, depois dos Estados Unidos e da Índia, agora o principal foco global da pandemia.
"São factos que não foram fabricados pela 'media' e são humilhantes para a nossa democracia. Ficar calado neste momento significa ser cúmplice dos crimes cometidos pela classe dominante brasileira", disse Costa.
O presidente do Rio de Paz também frisou que "o Governo federal [chefiado por Jair Bolsonaro] se equivocou muito desde o início da pandemia, minimizou o poder letal desse vírus, não apresentou ao país um plano nacional e prescreveu medicamentos sem a mínima comprovação científica".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.168.333 mortos no mundo, resultantes de mais de 150,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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