Bissau: 80% das famílias têm alguém que consome liamba

Um estudo hoje divulgado em Bissau pela Rede Nacional das Associações Juvenis (Renaj) da Guiné-Bissau concluiu que 80% das famílias inquiridas reconhecem sofrer consequências por terem um membro que consome liamba.

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Lusa
30/04/2021 18:57 ‧ 30/04/2021 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

 

O estudo, que também serviu para a organização assinalar o Dia Internacional do Associativismo Jovem, foi apresentado por Seco Duarte Nhaga.

Segundo o presidente da Renaj, o estudo revela que o consumo de liamba "está a crescer em Bissau" e os dados recolhidos em bairros como Bandim, Bairro Militar, Mindara, Hafia, Belém, Reno, "comprovam isso mesmo".

O dirigente associativo explicou que o estudo procurou saber se nas famílias inquiridas existe alguém que consome liamba e quais as consequências resultantes dessa atividade nos jovens.

"Mais de 80% de famílias entrevistadas reconheceram que há consequências por terem alguém na família que consome liamba", notou Seco Duarte Nhaga.

O líder da Renaj, plataforma que congrega mais de 60 associações juvenis guineenses, realçou que um dos sinais do aumento do consumo de liamba é o aumento "cada vez mais" de jovens com problemas psíquicos em Bissau.

O líder juvenil responsabiliza as autoridades pela situação, pela forma como negam a educação e o ensino formal aos jovens guineenses.

"O país está a criar um exército de delinquentes, já lá vão quatro anos que as escolas andam em percalços", observou Seco Nhaga, que pede, contudo, a responsabilização da juventude.

A Renaj vai partilhar os resultados do estudo com outras entidades no país e ainda prosseguir com a educação cívica para a consciencializar os jovens sobre o problema do consumo de droga, referiu Seco Nhaga.

O estudo da Renaj foi lançado na Casa dos Direitos.

O coordenador da Casa dos Direitos, Gueri Gomes lamentou a situação geral da juventude guineense e afirmou que o consumo de liamba "está a minar a esperança dos jovens na Guiné-Bissau".

Leia Também: Moçambique: Associações civis pedem solução "holística" à SADC

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