A percentagem supera em 16,46 pontos percentuais a participação registada nas eleições de maio de 2019 e mais 10,37 pontos percentuais dos que nas realizadas em 1995, votação que, com uma participação de 70,36%, era que mais votantes se apresentaram para exercer o direito de voto.
Segundo os dados da Comunidade de Madrid, desde as 09:00 até às 20:00 locais (entre as 08:00 e as 19:00 em Lisboa) votaram 80,73% dos eleitores, com uma abstenção de 19,27%.
Entretanto, os seis principais candidatos às eleições autonómicas da Comunidade de Madrid já chegaram às sedes dos respetivos partidos, onde irão aguardar pelos resultados da votação, à exceção de Ángel Gabilondo (do Partido Socialista -- PSOE), que montou a sede de campanha numa unidade hoteleira da capital espanhola.
A candidata de direita Isabel Díaz Ayuso, do Partido Popular, deverá ganhar a votação, depois de ter consolidado a sua imagem como adversária inflexível do Governo nacional de esquerda, dirigido por Pedro Sánchez.
As sondagens divulgadas nos últimos dias indicam que a sua lista poderá ter o apoio de 40% dos votos, contra pouco mais de 22%, que obteve há dois anos, e duplicar assim o número de lugares que o Partido Popular tem na assembleia regional da comunidade mais rica de Espanha.
Sem maioria absoluta, Diaz Ayuso poderá necessitar do apoio do partido de extrema-direita Vox para se manter na presidência da Comunidade de Madrid, o que foi muito criticado por todos os partidos de esquerda durante a campanha eleitoral.
Apesar de, nas eleições de maio 2019, o Partido Socialista (PSOE) ter sido o mais votado, Díaz Ayuso - na altura desconhecida a nível nacional - tornou-se presidente da região de Madrid, à frente de uma coligação que formou com o Cidadãos (direita-liberal) com o apoio parlamentar do Vox.
Quando, em meados de março, dissolveu o parlamento regional e pôs fim à aliança com o Cidadãos, convocando eleições antecipadas, parece ter procurado capitalizar a popularidade que esta política lhe deu entre uma parte da população de Madrid.
O Cidadãos, que nas eleições anteriores conseguiu quase 20% de votos (terceiro lugar), vê agora os seus apoiantes transferirem-se quase na sua totalidade para o PP e tenta desesperadamente chegar aos 5% da votação, limite abaixo do qual um partido fica sem representantes na assembleia regional.
Acontece o mesmo com o Unidas Podemos (extrema-esquerda), que tem como candidato Pablo Iglesias, que abandonou a vice-presidência do Governo nacional para tentar salvar o partido de desaparecer na região, com os eleitores a serem atraídos pelas outras duas formações de esquerda (PSOE e Mais Madrid).
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