Segundo o OVF, a economia venezuelana encolheu 83% nos últimos sete anos.
"No primeiro trimestre deste ano (2021), o Índice de Atividade Económica cresceu 18,9%, em comparação com o último trimestre de 2020. No entanto, em termos anuais a queda foi de 33,7%", explicou o professor e economista Domingo Sifontes, porta-voz do OVF.
Durante uma conferência de imprensa virtual, Domingo sifontes explicou que o setor público registou uma contração anual de 74,3% enquanto no setor financeiro a contração foi de 56,7%.
O responsável acrescentou que o setor petrolífero, principal fonte de receitas da Venezuela, registou "uma pequena subida de 19,4%" no primeiro trimestre de 2021, com relação aos últimos três meses de 2020, mas que em termos anuais gouve "uma queda de 33,6%" o que "significa que falta muito para recuperar a atividade económica" que a Venezuela registava "antes de 2013".
Segundo Domingo Sifontes o setor público venezuelano "deixou de ser o ator principal da atividade económica no país, porque a sua capacidade está reduzida".
Na mesma conferência de imprensa, o economista José Guerra voltou a acusar o Banco Central da Venezuela de ter "desaparecido com os dados da atividade comercial".
Para os dois economistas é impossível que a Venezuela cumpra a meta de produzir 1,5 milhões de barris diários de petróleo, entre outros motivos pela falta de investimentos no setor.
Ambos coincidem em que a falta de gasóleo no país tem sido um grande problema para a economia venezuelana, principalmente pela falta de transporte (de mercadorias), o que "influi na carga económica"
"Se os camiões ficam parados durante vários dias, nas principais vias do país, por falta de gasóleo, o setor comercial paralisa", explicou José Guerra.
Segundo este economista, devido à pandemia da covid-19, o setor da saúde tem registado "um crescimento porque há muitas pessoas doentes".
Segundo José Guerra a adoção, não oficial, de uma dolarização (fixação e venda dos preços dos produtos em dólares americanos) "tem significado um alívio para a atividade económica", mas "com salários de 2 e 3 dólares mensais não é possível recuperar a economia venezuelana" porque com esses valores não é possível reativar o consumo.
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