"Os Mujahideen (talibã) dos Emirados Islâmicos são ordenados a parar todos os ataques contra o inimigo em todo o país desde o primeiro ao terceiro dia do Eid", um feriado cuja data é fixada pela posição da lua e que decorre esta semana, anunciaram os talibã através de uma declaração.
"Porém, se o inimigo levar a cabo algum assalto ou nos atacar nestes dias, preparem-se para se proteger e defender com vigor a vós mesmos e ao vosso território", prossegue a declaração.
O anúncio do cessar-fogo ocorre depois do ataque mais mortífero no Afeganistão no último ano, que teve como alvo uma escola para raparigas, este sábado.
Pelo menos 50 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas no atentado bombista, na zona ocidental de Cabul, de acordo com um balanço do Ministério do Interior afegão.
O atentado não foi reivindicado, mas o Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, atribuiu a responsabilidade aos talibãs.
Numa declaração, os talibãs negaram qualquer envolvimento, condenaram o ataque a civis e culparam "círculos sinistros que, em nome do [grupo extremista Estado Islâmico] EI, operam sob as asas e a cobertura dos serviços de informação da administração de Cabul".
O ataque ocorreu numa área habitada sobretudo pela minoria xiita Hazara, um alvo recorrente de extremistas sunitas, como o que aconteceu em outubro passado, no mesmo bairro e noutra escola, onde morreram 24 pessoas e 57 ficaram feridas.
Há um ano, no mesmo bairro, um atentado contra uma maternidade causou 16 mortos.
A violência tem vindo a aumentar no Afeganistão, especialmente durante a última semana, depois de, em 01 de maio, ter terminado o prazo acordado entre os talibãs e os Estados Unidos para que as tropas estrangeiras deixassem o país.
A nova administração norte-americana adiou a data de retirada das tropas internacionais presentes no Afeganistão para 11 de setembro.
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