Intervindo, em representação do Conselho, num debate no hemiciclo de Bruxelas sobre a Turquia, Augusto Santos Silva assumiu que, "tal como Parlamento Europeu, o Conselho partilha varias preocupações, graves preocupações, com recentes desenvolvimentos na Turquia, e que têm colocado a Turquia cada vez mais distante dos valores europeus, e portanto também cada vez mais distante de um diálogo produtivo com as instituições europeias".
O chefe da diplomacia portuguesa reconheceu que tal "é muito preocupante, porque a Turquia é um pais candidato à integração europeia, além de ser um grande vizinho da Europa e um parceiro muito importante em varias áreas de segurança, natureza geoestratégica e outras".
No entanto, Santos Silva considera que "mais recentemente, nos últimos meses e nas últimas semanas", houve alguns "desenvolvimentos positivos" que abrem algumas perspetivas, tais como "a descontinuação das atividades de exploração de hidrocarbonetos em águas territoriais de Estados-membros da UE" e a "cessação de atos ou palavras" considerados "provocatórios" pela União Europeia (UE).
"Esses elementos positivos devem ser aproveitados para ver se conseguimos construir uma agenda positiva de relacionamento com a Turquia", defendeu então, ainda que ressalvando que tal "não significa evidentemente que a UE não recorra a todos os seus instrumentos para defender os seus interesses e os interesses dos seus Estados-membros".
A concluir, Santos Silva disse ser "muito importante também manter a unidade europeia no relacionamento com a Turquia".
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