Bolsonaro "nunca quis vacina", aposta era imunidade de grupo, diz senador
Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da crise sanitária no Brasil indica que o governo federal criticava os confinamentos e as máscaras no início da pandemia porque estava confiante na possibilidade de imunidade de grupo.
© Andressa Anholete/Getty Images
Mundo Covid-19
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, nunca quis comprar vacinas contra a Covid-19, apostando, inicialmente, na teoria da imunidade de grupo para combater o vírus, segundo indicou na sexta-feira o senador Renan Calheiros, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da crise sanitária no Brasil.
O senador do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) pelo estado de Alagoas afirmou, em entrevista, que ainda é muito cedo para determinar se Jair Bolsonaro é culpado de crime na gestão da pandemia, sendo necessária mais investigação, mas que tudo aponta para que o governo tenha apostado na hipótese de imunidade de grupo no início da crise sanitária. "Acho que tudo leva nessa direção", afirmou o senador federal.
"O presidente primeiro negou a doença, chamou de gripezinha, depois ele foi contra o isolamento, o lockdown, depois minimizou o uso da máscara e estimulou uma aglomeração. Porquê? Porque a imunidade de grupo, a imunização natural, ela pressupõe que o vírus se propague, então você tem que promover aglomerações, essa propagação do vírus, para que, pelo contágio de parcela considerável da população, você possa consequentemente imunizá-la", disse.
"Por isso ele [Bolsonaro] nunca quis vacina… Falou que estava sentado [em cima] do cheque de 20 mil milhões de reais dado pelo Congresso Nacional e que não compraria vacina nenhuma e quem mandava era ele. Agiu dessa forma em relação à Pfizer", acrescentou. Recorde-se que o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, confirmou que uma carta da Pfizer, enviada ao governo federal em setembro de 2020, ficou dois meses sem resposta.
Renan Calheiros indicou que foi por essa razão, pela aposta da imunidade de grupo, que a administração brasileira sempre insistiu no tratamento precoce com cloroquina e ivermectina, à custa de recursos públicos.
Recorde-se que o Brasil é um dos países do mundo mais impactados pelo novo coronavírus, contando agora com mais de 446 mil óbitos (o segundo maior registo de óbitos do mundo) e quase 16 milhões de casos de contágios (terceiro registo mais elevado a nível global).
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