"O Reino Unido está alarmado com relatos da prisão do jornalista da @nexta_tv Roman Protassevich e as circunstâncias que levaram o avião onde seguia a pousar em Minsk", afirmou o ministro numa publicação na rede social Twitter, indicando que estão a ser coordenados esforços entre os aliados.
"Esta ação extravagante de Lukashenko terá graves consequências", avisou Raab.
Vários países europeus exigiram hoje uma "explicação imediata" da Bielorrússia, depois de um caça bielorrusso ter intercetado um avião no qual seguia o jornalista e ativista Roman Protasevich, que acabou detido no aeroporto de Minsk.
"Precisamos de uma explicação imediata do governo bielorrusso sobre o desvio dentro da União Europeia de um voo da Ryanair para Minsk e a alegada prisão de um jornalista", afirmou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros alemão, Miguel Berger, na rede social Twitter.
No mesmo sentido, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, denunciou a gravidade da situação e apelou a uma "resposta firme" dos 27 estados-membros da União Europeia (UE).
"O sequestro de um voo Ryanair pelas autoridades bielorrussas é inaceitável. Uma resposta firme e unida dos europeus é essencial", declarou no Twitter o líder da diplomacia francesa.
Roman Protasevich, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, viajava de Atenas para Vilnius e acabou detido pelas autoridades bielorrussas, quando os cerca de 120 passageiros do avião da Ryanair foram forçados a submeter-se a novo controlo em Minsk devido a um suposto aviso de bomba.
O ministro lituano dos Negócios Estrangeiros, Gabrielius Landsbergis, recorreu também ao Twitter para apelidar o desvio do avião uma "notícia perturbadora". Já o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, exigiu a libertação imediata do jornalista e ativista da oposição bielorrussa.
Por sua vez, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, considerou a detenção do jornalista bielorrusso um "ato de terrorismo de Estado" e assumiu no Twitter ter pedido ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para a UE discutir "sanções imediatas" contra a Bielorrússia já na segunda-feira.
A reação da UE surgiu, entretanto, por via do chefe da diplomacia, Josep Borrell, que considerou o governo bielorrusso "responsável pela segurança de todos os passageiros", exigindo que estes possam ser "autorizados a continuar a sua viagem imediatamente". A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reiteraram o mesmo apelo.
Através do Telegram, o canal Nexta defendeu que foram os agentes dos serviços secretos bielorrussos que alertaram para a existência de um alegado engenho explosivo no interior do avião.
Fontes próximas da presidência relataram que foi Alexander Lukashenko quem ordenou pessoalmente a interceção do avião, que foi escoltado por um caça MiG-19, a fim de supostamente defender a Europa de uma ameaça à sua segurança.
Em novembro de 2020, o Comité de Investigação acusou Protasevich e Stepan Putilo, fundadores do canal Nexta, de organizarem motins e incitarem ao ódio contra funcionários e a polícia. Na sequência dessa acusação, os dois elementos foram incluídos na lista de terroristas e o poder judicial bielorrusso considerou a Nexta uma organização extremista.
Centenas de jornalistas foram detidos e quase 20 estão ainda presos desde o início dos protestos na antiga república soviética, na sequência das eleições de agosto de 2020, consideradas fraudulentas pelos opositores do Presidente.
Já esta semana foram detidos vários funcionários e repórteres do popular website da oposição tut.by, cujo acesso foi bloqueado no âmbito de um caso de evasão fiscal.
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