Avião da Ryanair desviado. Quem é o jornalista Roman Protasevich?

Aeronave da companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair, saído da Grécia, foi desviado para Minsk sob o pretexto de uma ameaça de bomba para deter um jornalista que tinha fugido para o estrangeiro.

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Notícias ao Minuto com Lusa
24/05/2021 12:05 ‧ 24/05/2021 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Roman Protasevich

No centro do conflito (também) diplomático criado pelo desvio de um avião da Ryanair de Vílnius, na Lituânia, para Minsk, na Bielorrússia - alegadamente orquestrado pelo regime de Alexander Lukashenko - está um nome: o do jornalista Roman Protasevich

A situação ocorreu ontem, quando uma aeronave da companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair, saída da Grécia, foi desviada para Minsk sob o pretexto de uma ameaça de bomba para deter um jornalista que tinha fugido para o estrangeiro. O caso já foi condenado pela NATO, União Europeia, Reino Unido e pela própria empresa de aviação

Mas quem é Roman Protasevich e por que razão estará a ser perseguido pelo governo da Bielorrússia? Roman é um jornalista, de 26 anos, cujo canal se tornou a principal fonte de informação durante as primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020. 

Em novembro do mesmo ano, o Comité de Investigação acusou Protasevich e Stepan Putilo, fundadores do canal Nexta, de organizarem motins e incitarem ao ódio contra funcionários e polícia. Na sequência dessa acusação, os dois elementos foram incluídos na lista de terroristas e o poder judicial bielorrusso considerou a Nexta uma organização extremista.

Em agosto do ano passado, quando foram desencadeados os protestos na Bielorrússia, a Nexta - que o New York Times considerou "uma espécie de Rádio Europa Livre para a era da Internet" - chegou a ser o 15.º canal mais popular de Telegram a nível mundial, segundo um artigo da página Rest of The World.

A popularidade da Nexta - e da plataforma de mensagens Telegram - na Bielorrússia prende-se com a possibilidade que abriu de contornar as restrições à partilha de informação impostas pelo regime, em particular durante o pico dos protestos.

Segundo o serviço russo da BBC, Protasevich havia pedido formalmente asilo político à Polónia, à semelhança de Putilo.

Protasevich estaria a ser seguido

Anteriormente, o jornalista bielorrusso já tinha notado que estaria a ser seguido em Atenas, alegadamente por agentes ligados aos serviços secretos da Bielorrússia. As versões sobre a aterragem de emergência são também contraditórias, com Minsk a relatar que foram os próprios pilotos a solicitar autorização, enquanto no aeroporto de Vílnius foi reportado um suposto conflito entre os pilotos e alguns dos passageiros.

Através do Telegram, o canal Nexta defendeu que foram os agentes dos serviços secretos bielorrussos que alertaram para a existência de um alegado engenho explosivo no interior do avião. Fontes próximas da presidência relataram que foi Lukashenko quem ordenou pessoalmente a interceção do avião, que foi escoltado por um caça MiG-19, a fim de supostamente defender a Europa de uma ameaça à sua segurança.

Leia Também: Passageiros de voo testemunham angústia de jornalista detido

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