"A decisão foi tomada pelo comandante da tripulação, sem interferência externa", disse Igor Goloub, comandante da Força Aérea bielorrussa.
A companhia aérea irlandesa Ryanair informou no domingo que a tripulação do avião em que viajava um jornalista crítico do regime bielorrusso recebeu um aviso de ameaça à segurança a bordo antes de o aparelho ser desviado para Minsk.
Hoje de manhã, contudo, as autoridades da Bielorrússia tinham assegurado que agiram legalmente ao desviar o avião da Ryanair, rejeitando acusações dos europeus que suspeitam que Minsk tivesse intercetado o avião para deter Roman Protasevich, um opositor bielorrusso que viajava a bordo do aparelho.
O Governo bielorrusso diz agora que foi a própria tripulação do voo que decidiu aterrar em Minsk, após ter sido informada de uma ameaça de bomba, com origem no movimento islâmico Hamas da Palestina.
Segundo Goloub, o piloto poderia ter seguido para a Ucrânia ou para a Polónia, mas decidiu aterrar em Minsk, tendo em conta a ameaça terrorista recebida, mas sempre sem qualquer interferência das autoridades da Bielorrússia, rejeitando assim a tese de desvio para a detenção do opositor do regime.
Também a companhia aérea alemã Lufthansa disse hoje que um seu voo entre Minsk e Frankfurt se atrasou devido a "um alerta de segurança", antes de descolar da capital da Bielorrússia, após verificações do avião e dos passageiros.
De acordo com a Lufthansa, o avião foi revistado e os passageiros foram submetidos "a uma nova verificação de segurança".
Na sua conta da rede social Telegram, o aeroporto de Minsk anunciou que foram tomadas "todas as medidas necessárias" para controlar o avião e os seus passageiros, depois de ter explicado que "a informação sobre um ataque terrorista, recebida na caixa de correio do aeroporto, era infundada".
Entretanto, o Reino Unido pediu às suas companhias aéreas que contornem o espaço aéreo da Bielorrússia e suspendeu a autorização da empresa nacional Belavia.
Após o desvio do avião da Ryanair para Minsk, o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, disse na sua conta da rede social Twitter que "instruiu" a aviação civil a "pedir às companhias aéreas que evitem o espaço aéreo bielorrusso, para segurança dos passageiros".
Na mesma mensagem, o ministro acrescentou que suspendeu a autorização de operações da Belavia, uma empresa bielorrussa.
Em igual sentido, a companhia aérea escandinava SAS anunciou hoje que evitará o espaço aérea bielorrusso, seguindo recomendações da autoridade nacional de transporte aéreo, emitidas esta tarde, que pedem às empresas suecas que tenham em conta "a situação incerta" que se vive naquela parte do globo.
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