Austrália encerra embaixada em Cabul por recear insegurança

A Austrália encerrou hoje a embaixada no Afeganistão depois de ter expressado preocupação pela falta de segurança relacionada com a retirada das forças militares norte-americanas do país.

Notícia

© Getty Images

Lusa
28/05/2021 15:17 ‧ 28/05/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

A decisão de Camberra enfatiza as dificuldades demonstradas pelas embaixadas estrangeiras que tencionam modificar, de forma drástica, o esquema de funcionamento no Afeganistão até ao próximo dia 11 de setembro, data que assinala o fim da presença militar dos Estados Unidos no Afeganistão, marcada para coincidir com o 20º. aniversário do atentado contra Nova Iorque que provocou a intervenção militar dos EUA.  

A inquietação das embaixadas é partilhada pelos milhares de funcionários locais, que receiam ser vítimas de represálias por parte dos talibãs que os consideram traidores. 

O analista político afegão Sayed Nasir Musawi disse à agência de notícias francesa AFP que o exemplo australiano pode vir a ser replicado por outros países durante os próximos meses. 

"Os países ocidentais não estão convencidos de que o Governo atual do Afeganistão vá conseguir sobreviver", disse.

Em abril, os Estados Unidos retiraram da embaixada o pessoal não essencial que se encontrava em Cabul. 

As autoridades afegãs garantem que vão adotar medidas no sentido de impedir que os talibãs tomem o poder pelas armas, mas os "insurgentes", que confrontam diariamente as forças de segurança, têm efetuado importantes avanços no terreno nos últimos meses. 

Os talibãs controlam parcialmente, e em alguns casos totalmente, todos os distritos do país e avançam agora para as principais cidades do Afeganistão, uma tática que foi utilizada em 1996.

Para os observadores internacionais, os combatentes islamistas esperam pela retirada total dos Estados Unidos para lançar uma ofensiva de grande escala. 

Na terça-feira, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou o encerramento "provisório" da embaixada em Cabul "devido à iminente retirada militar internacional do Afeganistão" que "criou um ambiente securitário incerto". 

"Vamos renovar a presença permanente em Cabul quando as circunstâncias o permitirem", acrescentou Morrison. 

Os talibãs têm tentado tranquilizar os diplomatas estrangeiros, afirmando que os insurgentes "não são uma ameaça" para as embaixadas e para as organizações humanitárias, mas existem receios de comportamentos radicais, tal como aconteceu depois de 1996. 

Leia Também: Paquistão diz que não permitirá uso de 'drones' dos EUA no seu território

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas