Os três acusados da queda do teleférico no norte da Itália que provocou 14 mortos, deixaram a prisão esta noite, onde estavam por precaução, depois de terem sido interrogados.
O chefe de operações do teleférico, Gabriele Tadini, ficará em prisão domiciliária, enquanto que os outros dois acusados ficarão em liberdade.
Tadini estava detido desde a madrugada de quarta-feira, quando foi preso junto com a proprietária da empresa "Ferrovie del Mottarone", que administra o teleférico, e o diretor. Os três estão acusados de homicídio múltiplo intencional.
Apesar de terem sido libertados, continuam na lista dos investigados, adianta a agência Efe.
O chefe de operações do teleférico reconheceu que desativou o sistema de freios para solucionar uma anomalia, mas que nunca pensou que um cabo poderia romper-se.
Esta explicação foi apresentada pelo seu advogado, Marcello Perillo, em declarações aos jornalistas italianos na quinta-feira, esclarecendo que Gabriele Tadini desconhecia o real risco desta decisão.
O Ministério Público e os Carabinieri estiveram a ouvir, desde terça-feira, os depoimentos de todos os funcionários do teleférico que liga os municípios de Stresa e Mottarone, na região do Piemonte (norte).
A procuradora da Verbania, Olimpia Bossi, que está a conduzir as investigações, afirmou que "os três detidos estavam cientes há semanas da falha no sistema de freio de segurança".
"Ele nem remotamente pensou que isso poderia acontecer", disse Perillo, acrescentando que Tadini "lamenta" e que nunca imaginava que "o cabo de tração poderia partir-se".
No passado dia 23 de maio, quando o cabo de aço da cabina acidentada se rompeu, o sistema de travagem não funcionou.
A cabina onde seguiam os passageiros e que estava a uma distância de cinco metros da estação de chegada acabou por deslizar, a uma velocidade de 100 quilómetros por hora, e foi projetada 54 metros, indo embater contra o solo onde capotou durante mais de uma dezena de metros.
O único sobrevivente do acidente é uma criança de cinco anos que perdeu os pais, um irmão e dois bisavôs.
A criança continua hospitalizada com um prognóstico reservado, embora tenha voltado a falar, ao acordar de um coma induzido.
[Notícia atualizada às 11h34]
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