Covid-19: Países do BRICS salientam necessidade de cooperação

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do fórum BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) concordaram hoje que a cooperação é fundamental para enfrentar a pandemia de covid-19.

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Lusa
01/06/2021 15:40 ‧ 01/06/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

O encontro - realizado através de videoconferência devido às restrições globais do novo coronavírus -- contou com a participação dos chefes da diplomacia da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, do Brasil, Carlos Alberto Franco França, da Rússia, Serguei Lavrov, da China, Wang Yi, e da África do Sul, Naledi Pandor.

A Índia preside o fórum BRICS este ano, mas, como recordou Jaishankar no discurso de abertura, "infelizmente a pandemia" impediu o encontro pessoal entre ministros e continua a marcar a realidade global.

"Também continua a proporcionar o contexto mais amplo no qual avaliamos o mundo e as nossas políticas. Este é um momento para refletir sobre as suas múltiplas implicações", sublinhou o ministro indiano.

A Índia foi particularmente afetada pela pandemia, com mais de 28 milhões de casos e 331.895 mortes, e especialmente por uma segunda vaga que atingiu fortemente o país entre abril e maio, esgotando o sistema de saúde.

Assim, quem mais acentuou a necessidade de cooperação foi a ministra sul-africana, que recordou que a Índia e a África do Sul recorreram à Organização Mundial do Comércio (OMC), com uma proposta de suspensão de patentes de vacinas e outros produtos contra a covid-19 por pelo menos três anos.

"Temos um dilema global, milhões de pessoas em nações ricas foram vacinadas, enquanto milhares de milhões nos países mais pobres ainda esperam (ser vacinadas) e continuam vulneráveis à infeção, doença e morte", apontou.

Para acabar com esta crise de saúde, frisou, é preciso recordar: "Ninguém está a salvo até que todos estejamos a salvo. Devemos abordar esta lacuna global de acesso às vacinas", frisou Naledi Pandor.

Algumas das nações mais ativas na distribuição global das vacinas a países desenvolvidos têm sido a China, Rússia e Índia, até que esta última teve de interromper as exportações para lidar com a grave crise no seu território.

O ministro brasileiro destacou a "cooperação na produção de vacinas" e o acesso a doses importadas da vacina Covishield, do laboratório britânico-sueco AstraZeneca produzida pelo Instituto Serum da Índia, de outras duas vacinas da China ou da russa Sputnik V.

Por seu lado, o ministro russo Lavrov assinalou que "só unindo forças" a crise pode ser superada "em benefício" desses países.

"A cooperação entre os BRICS enfrenta agora as ramificações profundas e complexas da pandemia. Este é um desafio para os BRICS, mas também podem surgir oportunidades de uma crise. Acreditamos que, se unirmos forças, os BRICS vão mostrar o seu valor único e desempenhar o papel que lhes corresponde", assegurou o ministro chinês, Wang Yi.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.551.488 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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