Borrell pede que Afeganistão não se torne lugar "seguro" para terrorismo
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse hoje que o Afeganistão "não se pode tornar num porto seguro para o terrorismo internacional", perante o controlo dos talibãs no país, numa altura de retirada das tropas internacionais.
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Mundo Afeganistão
Durante um debate no Parlamento Europeu, o alto representante para a Política Externa da UE afirmou que "um Afeganistão falido não interessa à UE" porque "seria terrível para os direitos humanos" e "poderia gerar uma nova vaga internacional de terrorismo, novos fluxos de migração e um aumento do tráfico de drogas".
Em pouco mais de um mês, coincidindo com a retirada das tropas estrangeiras no país -- que deve culminar antes de 11 de setembro deste ano -, os talibãs assumiram o controlo de 11 distritos, um número recorde em duas décadas.
A apreensão de território acontece num contexto de aumento da violência, algo que lançou dúvidas sobre a capacidade das forças de segurança afegãs de resistirem aos ataques dos insurgentes.
Borrell considerou que o Afeganistão "está atualmente numa encruzilhada, num momento crítico para salvaguardar as conquistas do povo afegão" nos últimos 20 anos de presença internacional no país, e, nesse sentido, garantiu que "não há nenhuma alternativa para um acordo político negociado" entre o governo afegão e os talibãs.
Ambos os lados devem retomar as negociações de paz em breve no Qatar, paralisadas há pouco mais de cinco meses, para tentar encerrar uma guerra que dura há 20 anos.
"Todos nós temos interesse num Afeganistão estável", prosseguiu Borrell, acrescentando que a União Europeia vai "redobrar" a cooperação com os países da região para relançar o processo de paz.
O ex-ministro espanhol disse ainda que "não há muita margem para o otimismo", mas sublinhou a necessidade de "continuar o compromisso com o povo afegão", especialmente as mulheres, "que saíram da era medieval em que viviam sob o regime talibã".
"Continuaremos com o apoio financeiro e político", comentou Borrell, mas condicionou a ajuda, que estabeleceu em 3.500 milhões de euros, à preservação das "conquistas democráticas e dos direitos humanos no país".
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