China condena "cliques" formadas pelos EUA antes do G7
O chefe da diplomacia chinesa condenou hoje, dia da abertura da cimeira do G7, a intenção dos Estados Unidos de formar "cliques", numa chamada telefónica com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
© Reuters
Mundo China
Estas afirmações surgem numa altura em que o Presidente norte-americano, Joe Biden, está a tentar unir os seus aliados ocidentais contra Pequim em várias questões, do comércio aos direitos humanos, passando pelas tecnologias.
"O único autêntico multilateralismo, aquele que assenta nos objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, é o que trata o mundo por igual e promove uma cooperação mutuamente benéfica", disse Yang Jiechi, o mais alto responsável diplomático do Partido Comunista Chinês (PCC).
"Não é o pseudo-multilateralismo assente nos interesses de cliques e numa política de blocos", declarou, segundo a televisão chinesa CCTV.
O telefonema Yang-Blinken é o primeiro diálogo diplomático bilateral de alto nível entre a China e os Estados Unidos desde o encontro, tenso, organizado em março no Estado norte-americano do Alasca entre os dois homens e que teve ampla cobertura televisiva em direto.
Os dirigentes das grandes potências do G7 (Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido), reunidos a partir de hoje na Cornualha, Inglaterra, vão inevitavelmente debater os desafios colocados pela China.
A cimeira assinala igualmente o regresso dos Estados Unidos à cena internacional, após os anos isolacionistas da administração de Donald Trump.
Tal como o seu antecessor, o atual Presidente norte-americano quer ser firme com Pequim, mas ao contrário de Trump, quer usar os canais diplomáticos para unir os seus parceiros internacionais contra a China em relação ao comércio, às tecnologias chinesas ou, ainda, o tratamento da minoria uigur, que Washington classificou como "genocídio".
"Os Estados Unidos devem resolver as suas próprias violações graves dos direitos humanos e não utilizar as chamadas questões de direitos humanos como pretexto para se ingerirem arbitrariamente nos assuntos internos de outros países", sustentou hoje Yang Jiechi.
Numa nota mais positiva, o alto responsável chinês instou contudo os Estados Unidos a "trabalharem com a China" para "meter nos eixos as relações sino-norte-americanas" que "continuam a assentar no diálogo e na cooperação".
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