O inquérito foi divulgado pelo Centro Palestiniano de Investigação de Políticas e Sondagens e adianta que a percentagem do Hamas subiu na sequência da recente escalada bélica com Israel, em que 77% dos inquiridos considera que o movimento islamita saiu vencedor do conflito registado em maio contra as tropas israelitas em Gaza, enquanto 18% refere que não houve vencedores e 1% que saiu derrotado.
Após dias de confrontos e de um aumento da tensão na zona ocupada de Jerusalém Oriental, desencadeada a 10 de maio e resultado da convocação da polémica "Marcha das Bandeiras" - um desfile ultranacionalista israelita que também foi realizado hoje -, as milícias palestinianas em Gaza lançaram foguetes contra território israelita, a que Israel respondeu com bombardeamentos aéreos, desencadeando uma escalada de 11 dias de guerra.
No conflito, morreram 255 palestinianos na Faixa de Gaza e 13 israelitas.
Em relação à suspensão das eleições palestinianas, prevista para o final de maio, 65% opõe-se à medida decidida pelo Presidente Abbas.
Também 65% acredita que Abbas tomou essa decisão por temer sair derrotado nas urnas pelo Hamas, enquanto 25% opina em favor do adiamento, uma vez que Israel não permitiu a realização de eleições em Jerusalém Oriental.
Se fossem realizadas hoje eleições legislativas com as mesmas fações que participaram na votação de 2006, 41% dos palestinianos votaria a favor do Hamas e 30% na Fatah, enquanto 12% escolheriam outros movimentos, ao mesmo tempo que 17% se mostraram indecisos.
Há três meses, a intenção de voto no Hamas era de 30% e na Fatah 43%.
No caso de eleições presidenciais com apenas Abbas, representando o Fatah, e Ismail Haniye, o líder do Hamas, como os únicos candidatos, o primeiro receberia 27% dos votos e o segundo 59%.
Na Faixa de Gaza, Abbas receberia 30% dos votos e Haniye 60%, enquanto na Cisjordânia, obteriam 25% e 59%, respetivamente.
Paralelamente à escalada militar, várias cidades israelitas, bem como em Jerusalém, registaram-se inúmeras ações de protestos de cidadãos árabes israelitas de origem palestiniana.
A esse respeito, 60% dos entrevistados considerou que tal se deveu ao desejo de proteger os lugares sagrados do Islão - em parte, as manifestações começaram devido à presença das forças da ordem israelitas nos arredores da mesquita de Al Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado para aquela religião.
Nesse sentido, 28% dos palestinos acredita que a participação de árabes israelitas nos protestos serviu para expressar a rejeição de sua integração na sociedade israelita, com 10% a acreditar que isso faz parte de sua luta pela igualdade.
Se Israel expulsar famílias árabes do bairro Shaikh Jarrah, na zona ocupada Jerusalém Oriental, ou impuser restrições ao acesso à mesquita de al Aqsa, 68% dos palestinianos acredita que a resposta deveria ser novamente o disparo de foguetes contra as cidades israelitas.
Segundo a sondagem, e também a esse propósito, 18% pensa que deveria recorrer-se a ações de resistência não violentas, enquanto 9% acredita que os palestinianos deveriam apresentar uma queixa na ONU e no Tribunal Penal Internacional (TPI).