África do Sul com ajuste de restrições com nível 3 de confinamento

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje a adoção do nível 3 de confinamento, ajustando as restrições, para conter o avanço da terceira vaga de covid-19 no país.

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Lusa
15/06/2021 20:43 ‧ 15/06/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Com a exceção do Cabo Setentrional, todas as províncias registam um aumento no número de infeções, quatro províncias declararam uma terceira vaga, sendo Gauteng a província mais atingida com dois terços de todas as infeções no país", salientou Ramaphosa.

O chefe de Estado referiu que o número de óbitos associados à covid-19 no país aumentou cerca de 48% "em apenas duas semanas".

Numa comunicação ao país, pela televisão nacional, o Presidente sul-africano referiu que os "hospitais privados estão próximos da capacidade máxima", sublinhando que se deve "agir de forma rápida e decisiva para conter o aumento das infeções".

Nesse sentido, Ramaphosa disse que o Governo ajustou o confinamento para o nível 3, a partir de hoje à noite, com um novo recolher obrigatório das 22:00 até às 04:00.

Entre as medidas ajustadas, o Presidente sul-africano referiu também que o uso da máscara e consumo de álcool em espaços públicos permanece proibido.

Todavia, Ramaphosa anunciou que "a venda de bebidas alcoólicas é permitida das 22:00 às 18:00, de segunda a quinta, exceto feriados".

Restaurantes e bares passam a encerrar às 21:00, os encontros estão limitados a 50 pessoas no interior e a 100 no exterior, os funerais não podem exceder 50 pessoas.

Na sua comunicação ao país, Ramaphosa anunciou que a comemoração do dia 16 de junho, feriado nacional da Juventude, "será em formato virtual" devido ao agravamento da pandemia de covid-19 no país, que entrou na época de inverno.

Sobre a vacinação, que tem sido lenta, Cyril Ramaphosa afirmou que "o ritmo da vacinação tem aumentado constantemente", salientando que as autoridades de saúde sul-africanas "estão agora a vacinar cerca de 80.000 pessoas".

Ramaphosa reiterou que 2 milhões de doses da vacina da farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson "são inutilizáveis", acrescentando que a produção de novas doses na fábrica de Gqeberha, litoral da África do Sul, "foi acelerada", sem precisar mais detalhes nesse sentido.

De acordo com o chefe de Estado sul-africano, a farmacêutica norte-americana deverá entregar 2 milhões de vacinas até ao final de junho para substituir as 2 milhões que "devem ser destruídas".

"Estas doses serão usadas para vacinar professores e pessoal de segurança. A tarefa imediata é vacinar [pessoas com] mais de 60 anos sem demora", referiu.

O chefe de Estado explicou que a África do Sul tem capacidade para vacinar 150.000 pessoas por dia, e que as autoridades de saúde sul-africanas pretendem começar a vacinar "300.000 pessoas com mais de 60 anos por dia".

O Presidente considerou "encorajador" o facto de "haver menos profissionais de saúde a serem sido infetados diariamente" com o novo coronavírus.

Dados do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD, na sigla em inglês), divulgados hoje, indicam que a África do Sul contabiliza 1.761.066 casos de covid-19, tendo registado nas últimas 24 horas 8.436 novos casos de infeção pelo novo coronavírus no país.

Na segunda-feira, as autoridades de saúde sul-africanas reportaram 5.552 novos casos de infeção pela covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.813.994 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Covid-19: África do Sul retira dois milhões de vacinas Johnson & Johnson

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