"Pedimos à Bélgica que retifique imediatamente o seu erro para evitar a deterioração das relações sino-belgas", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, em conferência de imprensa hoje realizada.
Deputados belgas expressaram preocupação na terça-feira sobre o destino da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure na região de Xinjiang.
Organizações não-governamentais estimam que a China mantém detidos cerca de um milhão de uigures e cazaques em campos de doutrinação política, onde antigos detidos relataram maus-tratos e violência e afirmaram ter sido forçados a criticar o Islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista.
Pequim nega esse número e fala em centros de treino vocacional destinados a afastar os uigures da radicalização, após ataques atribuídos a extremistas islâmicos.
Em Bruxelas, a declaração da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros deve ser confirmada em sessão plenária na Câmara dos Representantes no dia 1 de julho, disse o deputado ecologista Samuel Cogolati, relator da resolução, citado pela agência AFP.
O porta-voz chinês atacou diretamente Cogolati, a quem Pequim já impôs sanções.
"Este deputado espalhou mentiras e informações falsas deliberadamente, causando graves danos aos interesses e à soberania da China", acusou Zhao.
Depois do Canadá, Países Baixos, Reino Unido, Lituânia e República Checa, o parlamento belga tornou-se "a sexta assembleia democrática do mundo" a denunciar os "crimes contra a humanidade" em curso em Xinjiang, segundo os autores do texto.
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