Uigures. China avisa Bélgica para deterioração de relações após resolução

A China avisou hoje a Bélgica que as relações entre os dois países estão a deteriorar-se, após o parlamento belga ter aprovado uma resolução que alerta para um "sério risco de genocídio" da minoria uigure muçulmana.

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Lusa
16/06/2021 10:59 ‧ 16/06/2021 por Lusa

Mundo

Uigures

"Pedimos à Bélgica que retifique imediatamente o seu erro para evitar a deterioração das relações sino-belgas", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, em conferência de imprensa hoje realizada.

Deputados belgas expressaram preocupação na terça-feira sobre o destino da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure na região de Xinjiang.

Organizações não-governamentais estimam que a China mantém detidos cerca de um milhão de uigures e cazaques em campos de doutrinação política, onde antigos detidos relataram maus-tratos e violência e afirmaram ter sido forçados a criticar o Islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista.

Pequim nega esse número e fala em centros de treino vocacional destinados a afastar os uigures da radicalização, após ataques atribuídos a extremistas islâmicos.

Em Bruxelas, a declaração da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros deve ser confirmada em sessão plenária na Câmara dos Representantes no dia 1 de julho, disse o deputado ecologista Samuel Cogolati, relator da resolução, citado pela agência AFP.

O porta-voz chinês atacou diretamente Cogolati, a quem Pequim já impôs sanções.

"Este deputado espalhou mentiras e informações falsas deliberadamente, causando graves danos aos interesses e à soberania da China", acusou Zhao.

Depois do Canadá, Países Baixos, Reino Unido, Lituânia e República Checa, o parlamento belga tornou-se "a sexta assembleia democrática do mundo" a denunciar os "crimes contra a humanidade" em curso em Xinjiang, segundo os autores do texto.

Leia Também: Uigures: China comete "genocídio", mas mundo "tem medo" do seu poder

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