O júri realça que, há mais de duas décadas, a organização não-governamental (ONG) tem contribuído para a transformação social para resolver a exclusão e facilitar o acesso de milhões de raparigas à educação, assim como ao "empoderamento" das jovens mulheres na África subsaariana.
O trabalho da CAMFED, baseado num modelo de apoio contínuo desde a infância até à idade adulta e numa rede de solidariedade e ajuda entre gerações, tem promovido "uma mudança sistémica baseada nos pilares da equidade e justiça social e está empenhada na liderança das mulheres".
A CAMFED (Campaign for Female Education) é uma organização internacional que tem trabalhado para erradicar a pobreza e a desigualdade na África subsaariana, investindo na educação das raparigas e no aumento das capacidades (empoderamento) das jovens mulheres.
A ONG, que é um consórcio internacional de nove entidades em África, Austrália, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, tem hoje mais de 330 empregados e quase 150.000 voluntários, que trabalham no terreno no Zimbabué, Gana, Malawi, Tanzânia e Zâmbia, com ações em mais de 160 comunidades, melhorando as condições de vida de mais de cinco milhões de raparigas e rapazes.
Este foi o sexto dos oito Prémios Princesa das Astúrias deste ano, depois de o galardão para a Comunicação e Humanidades ter sido atribuído à jornalista e escritora norte-americana Gloria Steinem, para as Artes à artista sérvia Marina Abramovic, para as Ciências Sociais ao economista indiano Amartya Sem, para o Desporto à nadadora espanhola Teresa Peralves e para as Letras ao escritor francês Emmanuel Carrère.
O Prémio Princesa das Astúrias para a Cooperação Internacional foi atribuído em 2020 à Aliança Global para a Vacinação (GAVI) e, em edições anteriores, entre outros premiados, à Organização Mundial da Saúde (2009), Al Gore (2007), Simone Veil (2005), Luiz Inácio Lula da Silva (2003), Fernando Henrique Cardoso (2000), Helmut Kohl (1996), Mário Soares (1995), Jacques Delors e Mikail Gorbachov (1989).
Os Prémios Princesa das Astúrias distinguem, em termos gerais, o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional.
O galardão destinado à Cooperação Internacional é atribuído para recompensar "o trabalho individual ou coletivo para o desenvolvimento e fomento da saúde pública, a universalidade da educação, a proteção e defesa do ambiente e o progresso económico, cultural e social dos povos".
Cada prémio consiste numa escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró -- símbolo que representa o galardão -, 50.000 euros, um diploma e uma insígnia, que, até 2019, foi entregue numa cerimónia solene presidida pelo rei de Espanha, Felipe VI, no teatro Campoamor, em Oviedo.
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