Vladimir Putin argumenta que Alexei Navalny sabia que violava a lei
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que o opositor russo Alexei Navalny, preso em janeiro, "sabia que estava a violar a lei" ao desrespeitar as condições de uma condenação com pena suspensa enquanto estava em tratamento na Alemanha.
© Getty Images
Mundo EUA/Rússia
"Este homem sabia que estava a violar a lei em vigor na Rússia", disse Putin na conferência de imprensa que se seguiu à cimeira que manteve, em Genebra, com o homólogo norte-americano, Joe Biden, aludindo às violações de uma sentença de prisão suspensa anterior, que exigia que Navalny teria de se apresentar regularmente nos serviços penitenciários.
Putin acrescentou que Navalny "teve o que merecia" quando foi condenado à prisão, depois de ver a pena suspensa transformada e prisão efetiva.
Navalny, o inimigo político mais contestatário a Putin, foi preso em janeiro ao regressar da Alemanha, onde passou cinco meses em recuperação na sequência de um envenenamento por um agente nervoso que atribui ao Kremlin, acusação que as autoridades russas rejeitam.
Em fevereiro, Navalny foi condenado a dois anos e meio de prisão por violar os termos da sentença suspensa de uma condenação por peculato de 2014, que negou e garantiu ter apenas uma motivação política.
Na conferência de imprensa, Putin disse que Navalny recebeu a punição devida por violar os termos de sua liberdade condicional, acrescentando que o opositor estava ciente de que enfrentaria uma sentença de prisão quando regressasse à Rússia.
"Ele pediu deliberadamente para ser preso. Conhecendo a sua situação, ignorou a lei e fez o que queria", acrescentou Putin, mantendo o hábito de não mencionar Navalny pelo nome.
Na semana passada, um tribunal de Moscovo proibiu as organizações fundadas por Navalny, rotulando-as como "extremistas", naquele que é o mais recente movimento de uma campanha para silenciar a dissidência e impedir os críticos do Kremlin de concorrerem ao parlamento em setembro.
Navalny foi transferido em coma para um hospital de Berlim em agosto de 2020, tendo passado quase seis meses em recuperação.
Em relação ao Fundo Anticorrupção de Navalny (FBK, na sigla em russo), recentemente banido, declarado "extremista" e proibido de participar nas eleições legislativas de setembro, Putin justificou a medida como forma de evitar a instabilidade.
"Convocou publicamente agitações em massa, implicou menores (...) e indicou publicamente como fazer 'cocktails molotov'", argumentou.
Questionado sobre as designações sob o estatuto de "agentes estrangeiros" que se sucedem em relação aos meios de comunicação independentes ou a organizações não-governamentais, Putin considerou que são apoiadas pelos Estados Unidos, que "consideram a Rússia como um inimigo e adversário".
"Se a Rússia for o inimigo, quais são as organizações que os Estados Unidos vão apoiar? Aquelas que constituem um obstaculo [às autoridades russas]", justificou.
Putin, que acusa regularmente Washington de ter "duplos padrões" em termos de respeito pelos direitos humanos, falou sobre o destino dos partidários de Donald Trump presos durante o ataque ao Capitólio em janeiro e citou ainda o caso do centro de detenção de Guantánamo, onde se encontram prisioneiros associados ao terrorismo.
"E isso são direitos humanos", questionou.
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