Acordo nas negociações nucleares está "mais perto do que nunca"
O Irão assumiu hoje que está na iminência de ser alcançado um entendimento na atual ronda de negociações nucleares com alguns dos países que integram o acordo nuclear de 2015: Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia.
© Lusa
Mundo Irão
"Hoje é o último dia desta sexta ronda de negociações. Passámos por dias intensos e de muito trabalho e agora estamos numa situação em que quase todos os documentos do acordo estão prontos", afirmou o negociador principal e vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araqchi, que destacou à televisão estatal iraniana os "bons progressos" e que o país está "mais perto do que nunca" de um acordo.
Para hoje está agendada nova reunião entre o país e as cinco maiores potências em Viena (Áustria), a primeira após a eleição do clérigo ultra-conservador Ebrahim Raisi como o próximo presidente da República islâmica. As negociações arrancaram no passado mês de abril e visam garantir o cumprimento de Teerão das condições do acordo, bem como promover o regresso dos Estados Unidos da América (EUA), após a rutura decretada por Donald Trump em 2018.
Abbas Araqchi mostrou-se "fortemente esperançado" de que a reunião de hoje chegue a "uma conclusão" e que as delegações possam regressar às suas respetivas capitais para consultas e uma decisão final.
Segundo o representante iraniano, "as principais questões de desacordo foram resolvidas" e aquelas sobre as quais falta uma solução fizeram, pelo menos, progressos.
"Um possível acordo é completamente claro, uma vez que é claro em que campos o que é possível e o que não é possível", explicou Araqchi, que considerou que é o outro lado que deve agora tomar "a sua decisão final".
O novo Presidente dos EUA, Joe Biden, já expressou a sua intenção de fazer o país regressar ao pacto, mas primeiro exige que o Irão cumpra todas as suas obrigações; por sua vez, Teerão condiciona esta medida à eliminação prévia das sanções aplicadas por Washington.
O Irão tem violado os termos do acordo nuclear desde 2019, especialmente em termos de produção e pureza do urânio enriquecido.
O acordo nuclear de 2015, conhecido como JPCOA na sigla em inglês, limita o programa atómico iraniano em troca do levantamento de sanções, com o objetivo de evitar que o Irão tenha acesso ou desenvolva armas nucleares.
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