A segunda vaga devastadora de Covid-19 na Índia tem o vírus a 'atacar' os mosteiros budistas no nordeste do país, onde a maioria deles se localiza. Centenas de monges tiveram resultado positivo para a infeção pois estudam, comem e vivem juntos, o que torna difícil conter um surto.
Mais de 300 monges testaram positivo no estado de Sikkim, onde houve mais de 19 mil casos e 290 mortes registadas.
"Um dos monges ficou seriamente afetado pela doença e acabou por morrer nas urgências do hospital local, então decidimos testar massivamente porque percebemos que poderia tornar-se uma grande preocupação", explicou Tenpai Nima, um dos monges do mosteiro de Gonjang, à BBC, acrescentando que 64 dos 85 monges testaram positivo.
A maior parte dos 200 mosteiros do estado de Sikkim está em confinamento. "Quando estão assintomáticos é muito mais fácil, mas agora tem-se tornado mais difícil porque a maior parte não está", disse Karma Doma Bhutia, a conselheira responsável local.
No Nyingma Institute, onde monges de vários sítios do mundo se juntam para obter estudos superiores de budismo, há 128 casos positivos, a maioria estudantes - têm entre seis e 33 anos de idade.
O aparecimento de casos entre monges poderá explicar-se pelo facto de os mais velhos muitas vezes realizarem rituais em funerais de pessoas que morreram infetadas. As cerimónias duram vários dias e dessa forma estiveram expostos a vários contactos de risco.
Recorde-se que a Índia registou quase 30 milhões de casos e mais de 380 mil mortes pelo novo coronavírus, até agora.
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