O tribunal de Abidjan condenou ainda outros dos principais arguidos - Souleymane Kamagate, antigo chefe de protocolo de Soro, Affoussy Bamba, antigo ministro, e Toure Moussa, antigo chefe de comunicação do ex-PM, a 20 anos de prisão, segundo a agência France-Presse.
Dois dos irmãos de Guillaume Soro e o seu antigo braço direito Alain Lobognon foram condenados a 17 meses de prisão por "perturbação da ordem pública".
O tribunal ordenou também a confiscação dos bens de Guillaume Soro e dos seus 19 coarguidos, bem como a dissolução do seu partido, 'Générations et Peuples Solidaires' (GPS), por envolvimento em "atos subversivos".
O tribunal ordenou aos condenados que pagassem em conjunto mil milhões de francos cfa (150 milhões de euros) ao Estado da Costa do Marfim.
O antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Assembleia Nacional foi acusado de ter fomentado com os seus apoiantes uma "insurreição civil e militar" destinada a derrubar o poder durante o seu abortado regresso à Costa do Marfim, em dezembro de 2019, dez meses antes das eleições presidenciais de outubro de 2020.
Guillaume Soro, 49 anos, que vive no exílio, e outros coarguidos foram acusados de "conspiração", "tentativa de minar a autoridade do Estado", bem como de "divulgação e publicação de notícias falsas que desacreditam as instituições e o seu funcionamento".
Líder da rebelião que controlou a metade norte da Costa do Marfim nos anos 2000, Guillaume Soro tinha ajudado militarmente Alassane Ouattara a chegar ao poder durante a crise pós-eleitoral de 2010-2011 contra o Presidente cessante, Laurent Gbagbo, que se recusou a admitir a derrota nas urnas.
Após a vitória, Soro tornou-se o primeiro chefe de Governo de Ouattara, e em 2012 foi nomeado presidente da Assembleia Nacional, cargo que manteve até 2019.
Em abril de 2020, Soro já tinha sido condenado a 20 anos de prisão por apropriação indevida de fundos públicos por ter tentado, segundo a justiça, apropriar-se de uma residência adquirida pelo Estado para o alojar quando era primeiro-ministro.
Esta condenação justificou a invalidação alguns meses mais tarde da sua candidatura presidencial.
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