Moçambique quer que gás natural substitua centrais a carvão
O ministro dos Recursos Minerais e Energia moçambicano disse hoje que o país quer colocar o gás natural à disposição da África Austral para a substituição de centrais a carvão e em defesa de fontes energéticas menos poluentes.
© Lusa
Mundo Gás
"Com as enormes reservas de gás natural de que dispõe, achamos que Moçambique terá um papel preponderante na transição energética dos países da África Austral", declarou Max Tonela, mesmo depois da suspensão do maior investimento em África para extração de gás em Cabo Delgado, norte do país - suspensão devida ao conflito armado na região, situação à qual não fez referência.
Moçambique, prosseguiu, já é o maior exportador de gás natural ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e terá esse papel reforçado devido à crescente procura deste produto na região.
Apesar de o projeto de Afungi ter sido suspenso em março, o país exporta gás natural para a África do Sul a partir das reservas subterrâneas de Inhambane e iniciará em 2022 a exportação a partir de uma plataforma flutuante no oceano Índico, ligada a jazidas na bacia do Rovuma, ao largo da costa de Cabo Delgado.
Max Tonela falava sobre o tema "Energia, Recursos Minerais e Cadeia de Valor de Conteúdo Local", no âmbito do primeiro fórum de negócios da SADC, que se realiza na capital moçambicana.
Observando que mais de 60% de centrais elétricas dos países da África Austral são alimentadas a carvão, Max Tonela assegurou que o potencial em gás natural coloca Moçambique numa situação incontornável na transição energética imposta pelos compromissos internacionais, no âmbito do combate ao aquecimento global.
"Das fontes de energia fóssil, o gás natural é o menos poluente e terá um papel no processo de transição energética na África Austral", declarou Max Tonela.
O ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique assegurou que a disponibilidade de gás natural no país não deve desviar a necessidade de diversificação da economia, mantendo-se a aposta na agricultura, turismo, industrialização e desenvolvimento de energias renováveis.
Presente no fórum como moderador do painel, o embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique, António Gaspar, lembrou a posição da UE de abandonar o recurso ao gás natural por ser um combustível fóssil poluente.
"Partilhamos a preocupação de Moçambique e da África Austral de ter no gás natural um elemento de peso na sua economia e no seu processo de industrialização, mas a União Europeia tem no gás natural um elemento que não deve ser o futuro de soluções energéticas, a nossa aposta é nas energias renováveis", enfatizou.
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