Explosão de bomba artesanal em igreja provoca dois feridos na RD Congo
A explosão de uma bomba artesanal numa igreja em Beni, no leste da República Democrática do Congo (RDC), provocou esta manhã dois feridos, noticia a Agence France-Presse (AFP).
© Reuters
Mundo RD Congo
A bomba surge numa zona onde se encontra o grupo armado Forças Democráticas Aliadas (ADF), afiliado aos jihadistas do Estado Islâmico, de acordo com os Estados Unidos.
"A explosão ocorreu às 06:00 (04:00 GMT). (...) É uma bomba artesanal" que foi colocada dentro da igreja, disse à AFP o coronel Narcisse Muteba Kashale, presidente do município de Beni-Ville (Norte Kivu, leste) e agente policial.
Duas mulheres ficaram feridas, tendo a explosão ocorrido antes da hora da afluência dos fiéis para participarem numa importante cerimónia de sacramento de confirmação às crianças, indicou à AFP o vigário-geral de Beni, monsenhor Laurent Sondirya.
"Eles visaram uma grande multidão, porque a cerimónia vai reunir crianças, os seus pais e os fiéis", explicou o prelado católico. "A missa para administrar o sacramento da confirmação não será adiada", insistiu monsenhor Sondirya.
Marcas de sangue eram visíveis na entrada da igreja, constatou o correspondente da AFP na cidade, assim como cacos de vidro e pedaços de madeira espalhados por dentro, ao lado de sistemas de som muito danificados.
"Tinha acabado de entrar na igreja, e quando me ia sentar ouvi 'boom' (...). O sangue começou a escorrer da minha boca. Perdi quatro dentes e sofri lesões nos braços", testemunhou à AFP na cama do hospital, Antonieta Kavira, uma das vítimas.
O segundo ferido foi atingido na perna e, ainda em estado de choque, não quis falar.
A explosão foi ouvida na paróquia de Emmanuel Butsili, localizada num bairro popular de Beni-ville, segundo testemunhas entrevistadas pela AFP.
Especialistas da Missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na RDC (Monusco) e autoridades locais de Beni foram ao local e estabeleceram um perímetro de segurança.
É a primeira vez que um edifício pertencente à Igreja Católica, a religião mais importante da cidade, é atingido diretamente no território do Beni, onde membros do grupo muçulmano ADF são acusados de terem assassinado seis mil pessoas desde 2013, de acordo com uma contagem do episcopado.
No sábado, outra bomba explodiu na cidade, ao lado de um posto de gasolina nos arredores de Beni, sem causar danos.
Em fevereiro de 2014, o ADF foi suspeito de ter sequestrado três padres assuncionistas de Beni em Mbau que ainda estão desaparecidos, não tendo sido feita nenhuma reclamação do seu sequestro até à data.
Em maio, dois imãs da cidade de Beni, conhecidos por seus discursos hostis à violência do ADF, foram mortos a tiro.
Originalmente rebeldes muçulmanos de Uganda, a ADF estabeleceu-se há mais de 25 anos nesta parte do leste da RDC, na província de Kivu do Norte, onde não ataca há muito tempo.
O ADF é acusado de ter massacrado centenas de civis, especialmente desde o lançamento de operações militares contra sua base na selva em torno de Beni, em novembro de 2019.
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