Num comunicado, a Polícia Federal brasileira informou que a operação foi realizada para aprofundamento da investigação "da prática de crimes falimentares, de estelionato, branqueamento de capitais", organização criminosa, além de delitos contra a economia popular e o sistema financeiro nacional.
Cerca de 90 policias federais cumpriram um mandado de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária e 22 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 23.ª Vara Federal de Curitiba, no estado brasileiro do Paraná.
Além disso, houve a decretação judicial de sequestro de imóveis e bloqueio de valores dos suspeitos.
As investigações foram iniciadas em 2019, pela Polícia Civil do Paraná, face a inúmeras denúncias formalizadas por possíveis vítimas.
Os crimes em investigação terão sido cometidos por um grupo ligado a três corretoras de criptomoedas suspeito de ter operado um esquema de pirâmide financeira que desviou cerca 1,5 mil milhões de reais (cerca de 250 milhões de euros), valor devido a mais de sete mil clientes no âmbito de processo de recuperação judicial.
"Em 2019, o gestor do alegado grupo criminoso obteve decisão favorável a um pedido de recuperação judicial junto à 1.ª Vara de Falências de Curitiba. No início do ano de 2020, foi constatado que o grupo não cumpria as obrigações determinadas por ocasião da decretação da recuperação judicial e, para promoção de suas atividades e atração de novos clientes, seguia oferecendo ao público contratos de investimento coletivos sem registo junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM)", destacou a Polícia Federal brasileira.
Os investigadores também descobriram que os recursos transferidos ao grupo pelos clientes eram desviados de acordo com os interesses do líder da organização criminosa.
"Desta forma, como os clientes acreditavam que estavam realizando operações nas corretoras e obtendo lucros diários e garantidos, não havia suspeitas da prática de irregularidades, o que só veio a ocorrer no início de 2019 com o bloqueio dos saques", explicou a Polícia Federal.
Diligências dos investigadores revelaram que o líder do suposto esquema fraudulento, também cometeu, no passado, crimes da mesma natureza nos Estados Unidos da América e possivelmente em países da Europa.
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