"À beira de uma catástrofe", Indonésia enfrenta pior fase da pandemia

Número recorde de infeções e de mortes devido ao novo coronavírus e a escassez generalizada de oxigénio tornam a situação pandémica na Indonésia crítica.

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Notícias ao Minuto com Lusa
06/07/2021 09:42 ‧ 06/07/2021 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Pandemia

Apesar das medidas de emergência em vigor desde sábado, a Indonésia registou um número recorde de infeções e mortes esta segunda-feira, colocando ainda mais pressão nos hospitais, que há mais de uma semana já estavam perto do colapso com o aumento de infetados com o novo coronavírus.

Um hospital em Bandung, na ilha de Java, anunciou domingo à noite que, devido à falta de fornecimento de oxigénio, não poderia aceitar mais pacientes com problemas respiratórios durante os próximos dias.

Durante o fim de semana, 63 pacientes com Covid-19 morreram no hospital Sardjito em Yogyakarta, na região central da ilha de Java, quando acabou o fornecimento de oxigénio.

O diretor do hospital, Rukmono Siswishanto, afirmou, em comunicado, no domingo, que tinha informado as autoridades de saúde, incluindo o ministro da Saúde indonésio, Budi Sadikin, que o oxigénio estava a acabar.

A escassez de tanques de oxigénio começou na semana passada e é generalizada em todo o país, apesar de ser um problema mais grave na ilha de Java, com quase 150 milhões de habitantes.

Produção de oxigénio, uma prioridade

Em resposta, o governo indonésio ordenou que fosse dada prioridade à produção de oxigénio para uso médico, a fim de satisfazer uma procura estimada de 800 toneladas de oxigénio por dia.

Além disso, os hospitais também enfrentam uma crise em relação ao número de camas disponíveis, com vários utentes a ficar às portas de hospitais.

Para tentar controlar o contágio do novo coronavírus, a Indonésia reforçou as medidas restritivas, com o encerramento de escolas, locais religiosos, parques, museus, estádios desportivos, centros comerciais, bares e restaurantes, entre outros locais.

O governo também decretou o teletrabalho para trabalhadores não essenciais e a apresentação de um certificado de vacinação, caso os cidadãos queiram viajar longas distâncias. Alguns especialistas defendem que estas medidas não são suficientes para controlar a situação pandémica no país

As autoridades comunicaram na segunda-feira 29.735 novos casos e 558 mortes, elevando o número total de infeções para 2,31 milhões e 61.140 mortes devidas à Covid-19 no arquipélago.

Profissionais de saúde vacinados entre as vítimas mortais

Em Jacarta, o número diário de funerais seguindo os protocolos da Covid-19 aumentou 10 vezes desde o início de maio, disse o governo no domingo.

O país enfrenta também um grande número de infeções e mortes entre os profissionais de saúde da linha de frente do combate à pandemia, apesar da maioria deles estarem vacinados. Os especialistas estão a considerar administrar uma terceira dose da vacina para aumentar a eficácia no combate à variante Delta. 

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho disse na semana passada que o país estava "à beira de uma catástrofe" devido à pandemia da Covid-19.

Tendo em conta o cenário epidemiológico, a partir de hoje, a Indonésia apenas permite  a entrada de pessoas totalmente vacinadas que apresentarem teste de negativo, revelaram as autoridades. Paralelamente, os visitantes que chegam terão que ainda passar oito dias em quarentena. 

A realidade do país, naquele que é o pior momento da pandemia, está patente nas imagens captadas pelas agências, que dão conta de uma 'corrida ao oxigénio' nos últimos dias e do aumento de funerais. 

Leia Também: AO MINUTO: OM defende alternativas ao confinamento; Curva desce na Índia

 

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