Detido sexto candidato presidencial na Nicarágua
A polícia nicaraguense anunciou hoje a detenção do líder camponês Medardo Mairena, sexto candidato da oposição à Presidência, por alegada "prática de atos que minam a independência, soberania e autodeterminação" da Nicarágua.
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Mundo Nicarágua
A detenção de Mairena, segunda-feira à noite, foi a mais recente de uma vaga de detenções contra opositores, que levou também à prisão do líder estudantil Lesther Alemán, que repreendeu o Presidente, Daniel Ortega, durante o início de um falhado diálogo nacional para superar a crise sociopolítica local há três anos, segundo disse a polícia, em comunicado de imprensa.
Juntamente com Mairena e Alemán, foram detidos os dirigentes camponeses Pedro Mena e Freddy Navas, assim como o líder estudantil Max Jerez, segundo a polícia.
No entanto, não foram dadas informações sobre o dirigente rural Pablo Morales, deputado suplente do Partido Liberal Constitucionalista (PLC) na oposição, que segundo o Movimento Camponês foi também detido com o candidato presidencial.
A polícia nacional detalhou que os líderes da oposição detidos estão a ser investigados por alegadamente violarem a "Lei de Defesa dos Direitos do povo à Independência, Soberania e Autodeterminação para a Paz", cujos delitos são considerados traição à pátria.
No comunicado, a polícia identificou os camponeses como responsáveis pelo homicídio de quatro agentes em 2018 e aos estudantes como executores de "roubo com intimidação (assaltos), sequestros, lesões graves, violações, extorsões, destruição e múltiplos danos, durante a tentativa fracassada de golpe de Estado" nesse mesmo ano.
Em 2019, foi aplicada a "Lei da Amnistia" aos camponeses, que tinham recebido penas de mais de 200 anos de prisão, assim como aos estudantes, da qual beneficiaram mais de 600 opositores, e que causou polémica porque os acusados nunca reconheceram ter cometido delitos e atribuíram as querelas a represálias de Ortega contra os protestos antigovernamentais.
As detenções de líderes da oposição decorrem no âmbito das eleições marcadas para 07 de novembro deste ano, nas quais Ortega, que também governou entre 1979 e 1990, procura a terceira reeleição consecutiva para um quarto período de cinco anos e o segundo com a sua mulher, Rosario Murillo, como vice-Presidente.
Durante a corrida eleitoral foram estabelecidas leis que restringem os aspirantes a cargos políticos e ao financiamento externo, e dois partidos políticos foram destituídos da sua personalidade jurídica.
Desde 28 de maio, as autoridades nicaraguenses prenderam os cândidos da oposição Cristiana Chamorro, Arturo Cruz, Félix Maradiaga, Juan Sebastián Chamorro, Miguel Mora e agora Medardo Mairena, investigados por alegada traição à pátria.
Além destes, somam-se ainda dois antigos vice-ministros dos Negócios Estrangeiros, dois históricos ex-guerrilheiros sandinistas dissidentes, um dirigente empresarial, um banqueiro, uma antiga primeira-dama, cinco líderes da oposição, m jornalista, dois líderes estudantis, dois ex-trabalhadores de uma organização não-governamental, e um motorista da Cristiana Chamorro.
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