Um dia após os ativistas LGBTQ terem cancelado uma marcha Pride em Tbilissi, a capital da Geórgia, devido à violência perpetrada por membros da extrema-direita, que agrediram os ativistas, jornalistas e invadiram escritórios de organizações LGBTQ, milhares de pessoas juntaram-se para um protesto em frente ao parlamento georgiano.
Segundo o Euractiv, a manifestação desta terça-feira teve como objetivo denunciar a violência anti-LGBTQ, mas também anti-União Europeia (as centenas de elementos da extrema-direita, alguns ligados a um partido pró-russo, que impediram a realização da marcha Pride também retiraram uma bandeira da União Europeia que estava no exterior do parlamento da Geórgia).
Muitas das pessoas que marcaram presença neste protesto tinham bandeiras arco-íris mas também da União Europeia. Face a uma contramanifestação da extrema-direita, que juntou 200 pessoas, a polícia montou um cordão policial na área para proteger os milhares de ativistas LGBTQ.
Ainda assim, a presença das autoridades não evitou que os elementos da extrema-direita tentassem forçar a passagem pela barreira policial. Mas isso não amedrontou quem saiu à rua para lutar pelos direitos da comunidade LGBTQ e pelos direitos humanos na Geórgia.
I am extremely proud to have witnessed the historic event that took place in Tbilisi today. July 6 will mark the beginning of a new era on the path of human rights protection in Georgia. Thanks to the fearless protesters who took to the streets today. #TbilisiPride @TbilisiPride pic.twitter.com/ICsjsmrmbr
— Nodar Rukhadze (@xonoda) July 6, 2021
“Não podemos tolerar neste país qualquer forma de violência que tenha como alvo as minorias”, disse Lili Chumburidze, uma das manifestantes, à AFP. “A homofobia não pertence ao século XXI”, acrescentou.
O primeiro-ministro georgiano, Irakli Garabishvili, tem sido muito criticado pela oposição e por ativistas de direitos humanos por se ter manifestado contra a realização da marcha Pride, que descreveu como “inaceitável para um grande segmento da sociedade” da Geórgia. O seu partido é acusado de apoiar grupos homofóbicos e nacionalistas.
Um dos organizadores da marcha Pride, Giorgi Tabagari, afirmou à AFP que suspeitava que “os serviços secretos tinham coordenado os ataques” de segunda-feira.
A Geórgia descriminalizou a homossexualidade em 2000 e adotou leis anti-discriminatórias em 2006 e em 2014. No entanto, os eventos LGBTQ são controversos neste país conservador onde a Igreja Ortodoxa exerce grande poder e influência.
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