"Como é bom, se uma vez por semana, nessas sessões que são abertas no Supremo Tribunal Federal, começassem com uma oração do André", afirmou, em entrevista à rádio Gauíba, Bolsonaro, para quem "uma pitada de religiosidade, de cristianismo dentro do Supremo, é bem-vinda".
Bolsonaro afirmou que tem que honrar os seus compromissos, uma vez que, no ano passado, prometeu indicar alguém "terrivelmente evangélico" para juiz do STF e acredita que André Mendonça tem o perfil ideal.
"Hoje em dia, é nossa intenção, sim, indicar o senhor André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal", declarou o chefe de Estado, referindo-se ao atual chefe da Advocacia-Geral da União como um homem com "um notável saber jurídico", "sério, humilde", que "não abre mão das suas convicções", sendo a "pessoa ideal para o Supremo".
Mendonça deverá assim ser indicado para o lugar do juiz Marco Aurélio de Mello, que em julho sairá do tribunal devido a uma lei que determina a reforma compulsória dos juízes do STF quando completam 75 anos.
Advogado, pastor evangélico e ex-ministro da Justiça, Mendonça já era mencionado como possível indicado para o posto devido a alegações anteriores, por parte de Jair Bolsonaro, de que o novo ocupante do STF seria um jurista "terrivelmente evangélico".
"É um direito dele [Mendonça] acreditar na Bíblia ou não. (...) Se ele me autorizar, tivemos uma sessão em Brasília (...) e ele falou por 10 minutos sobre ele possivelmente ir para o STF (...) e, com sua convicção religiosa, levou mais da metade das pessoas presentes, acredito tinha umas 50 pessoas, às lágrimas", detalhou Bolsonaro à rádio Gauíba.
"Quando você olha para o Barroso [juiz do STF], dado o que ele defende, (...) ele não acredita em Deus. Não quero fazer um prejulgamento dele, mas não acredita em nada. Ele acredita que ele é o próprio Deus. Então, uma pitada de religiosidade, de cristianismo, dentro do Supremo, é bem-vinda", acrescentou.
Desde que declarou que a opção religiosa seria um dos critérios do Governo brasileiro para a escolha do próximo juiz do STF, as igrejas neopentecostais que apoiam Bolsonaro têm cobrado a designação para o tribunal.
Após o Governo brasileiro oficializar a indicação, o nome de Mendonça deverá ser submetido e precisará ser aprovado pelo Senado brasileiro antes de assumir o cargo.
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