Segundo um comunicado da Presidência moçambicana, Filipe Nyusi informou o secretário de Estado norte-americano sobre as necessidades humanitárias que o país possui face à insurgência no Norte de Moçambique, bem como sobre o apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda, que estão a disponibilizar forças para apoiar o Exército moçambicano no combate contra os grupos armados em Cabo Delgado.
"O secretario de Estado terminou o encontro manifestando solidariedade para com Moçambique, na luta contra o terrorismo e transmitiu condolências ao povo e Governo de Moçambique pelas vidas perdidas na província de Cabo Delgado, vítimas do terrorismo", refere a nota.
Grupos armados aterrorizam a província desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com a ONU.
Além da violência na província do Norte de Moçambique, Filipe Nyusi e Antony Blinken discutiram o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) de guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, no âmbito do acordo de paz assinado entre o executivo moçambicano e a força política em 2019.
Também foi alvo de debate a resposta à covid-19 nos dois países e outros temas da cooperação económica, concretamente no domínio do comércio e investimentos, refere o comunicado.
"As partes foram unânimes ao classificar o contacto de bastante produtivo e importante para o reforço das relações de amizade e cooperação em prol do desenvolvimento das duas nações", conclui o documento da Presidência moçambicana.
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