Cerca de 70 pessoas estão desaparecidas em Adenau, na Alemanha, depois de durante a madrugada várias casas terem desabado devido à força das águas, que já provocaram, pelo menos, nove vítimas mortais, entre os quais dois bombeiros.
As autoridades municipais de Ahrweiler, no estado federal da Renânia-Palatinado, no sudoeste do país, confirmaram a morte de quatro pessoas e o desaparecimento de outras 30.
Dois bombeiros que trabalhavam no esforço de salvamento também morreram.
"Há [ainda] um número incerto de pessoas nos telhados que precisam de ser resgatadas", adiantou um porta-voz da polícia de Koblenz à agência Reuters.
Várias equipas de resgate foram mobilizadas para local, incluindo meios aéreos, acrescentou a mesma fonte. Pelo menos seis edifícios em Ahrweiler ruíram devido às chuvas, que afetaram ainda a estabilidade de outros 20, segundo as autoridades locais.
O transporte ferroviário, rodoviário e fluvial foram interrompidos após a suspensão da navegação no rio Reno.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, descreveu ontem as imagens das regiões mais atingidas pelas inundações como "terríveis".
"Embora nem todos os eventos, nem todas as inundações ou incidentes locais estejam relacionados com as alterações climáticas, muitos cientistas dizem-nos que a frequência, a intensidade e a regularidade com que isto acontece é uma consequência das alterações climáticas", disse Seibert.
Na cidade de Hagen, onde nas ruas a água chega até ao quadril, segundo testemunhas, o serviço de eletricidade foi interrompido preventivamente para evitar curto-circuitos.
O primeiro-ministro da Renânia do Norte-Vestfália e candidato à sucessão de Angela Merkel na chancelaria, Armin Laschet, visitará hoje Hagen.
Naquela cidade, os utentes de um lar de idosos foram retirados do local depois de o primeiro piso ter foi inundado.
Em Düsseldorf, os moradores do bairro de Grafenberg tiveram de ser retirados e uma rodovia foi bloqueada depois de um túnel ter ficado inundado. O transporte ferroviário na região também foi afetado.
Em Colónia, o rio Reno transbordou e inundou parte do distrito de Deutz.
O ministro do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Herbert Reul, classificou a situação como "extremamente difícil".
Cheias na Europa
Na vizinha República Checa, os bombeiros receberam, esta quarta-feira, 800 chamadas sobre incidentes que vão desde árvores caídas a caves inundadas. Uma autoestrada que liga a capital, Praga, ao leste do país, foi parcialmente inundada durante a noite. Milhares de famílias ficaram hoje sem eletricidade.
Em algumas cidades no leste da Bélgica a lama inundou casas. As autoridades dos Países Baixos advertiram que as fortes chuvas na província meridional do Limburgo poderiam transformar os cursos de água em torrentes perigosamente rápidas. Os proprietários de embarcações foram aconselhados a afastarem-se do rio Maas devido às fortes correntes e aos detritos.
Na Suíça, as autoridades elevaram o aviso de cheias para o Lago Lucerna para o nível mais alto e proibiram todos os transportes marítimos.
O serviço meteorológico nacional francês emitiu hoje avisos para cinco regiões na zona nordeste do país. Grande parte da França tem assistido a um verão invulgarmente fresco e húmido, enquanto partes do sudeste da Europa têm vindo a suportar uma vaga de calor.
[Notícia em atualização]
Leia Também: Tempestades na Europa. Há vários desaparecidos em localidade alemã