Presidência da África do Sul garante estar a regressar à "normalidade"

A Presidência da República sul-africana garantiu hoje o regresso à normalidade no país, após oito dias de extrema violência que já causou pelo menos 212 mortos e mais de 2.550 detenções.

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Lusa
16/07/2021 18:08 ‧ 16/07/2021 por Lusa

Mundo

África do Sul

"Desde a tarde de ontem, a situação nas duas províncias de Gauteng e KwaZulu-Natal está a regressar à normalidade gradualmente", referiu, em conferência de imprensa, a ministra na Presidência, Khumbudzo Ntshavheni.

A governante considerou que a situação de insegurança na província oriental do país, vizinha com Moçambique, "é estável", mas "tensa", em algumas áreas.

Os corredores rodoviários Nacional 2 e N3, que ligam o KwaZulu-Natal e Gauteng, e outras partes do país, foram reabertos nas últimas 24 horas pelas autoridades de segurança, referiu.

"O número de militares destacados aumentou para 25.000", confirmou também a ministra.

Na área urbana de Joanesburgo, as autoridades sul-africanas contabilizaram mais seis mortes, elevando para 32 o número total de vítimas na província, e foram detidas mais 137 pessoas, o que totaliza 862 detenções em Gauteng, adiantou.

Na província do Kwazulu-Natal (Leste), onde eclodiram as ações de violência, foram registados 1.488 incidentes durante a noite, havendo mais 69 mortes, totalizando 180 o número de vítimas mortais, disse a ministra Khumbudzo Ntshavheni.

O número total de detenções no KwaZulu-Natal ascende a 1.692, adiantou.

A governante explicou que o Governo destacou também militares para outras províncias do país, por não querer "que as pessoas que estão a instigar a violência se aproveitem das outras províncias", sem avançar mais detalhes.

A Presidência sul-africana tinha avançado na quinta-feira que os distúrbios violentos, saques e pilhagens em várias províncias do país, nomeadamente em KwaZulu-Natal e Gauteng, tinham feito pelo menos 117 mortos e mais de 2.200 detenções pelas forças de segurança sul-africanas.

Na noite de quarta-feira, as autoridades de segurança sul-africana confiscaram 4.500 caixas de munições no KwaZulu-Natal, juntamente com diverso armamento, referiu a ministra, salientando que 1.950 caixas de munições foram igualmente confiscadas pela polícia no dia seguinte na mesma área.

Um líder comunitário foi detido na manhã de hoje pela polícia no West Rand, região ocidental de Gauteng, por alegadamente incitar à violência através das redes sociais, disse a ministra sul-africana, escusando-se a avançar mais detalhes.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, considerou hoje, ao visitar pela primeira vez as áreas afetadas na cidade portuária de Durban, na província do KwaZulu-Natal, que as ações de violência, saques e intimidação que causaram mais de duas centenas de mortos foram "instigadas, planeadas e coordenadas".

"Estamos extremamente preocupados com o que aconteceu e estamos a envidar todos os esforços para lidar com a situação e é óbvio que os saques e a violência foram instigados. Foi planeada e coordenada por pessoas", disse Ramaphosa, de visita ao centro comercial Bridge City Mall, na área de KwaMashu.

A ministra na Presidência sul-africana disse também que o programa de vacinação contra a covid-19 no país, que já infetou mais de 2,2 milhões de pessoas, foi reestabelecido. Nas últimas 24 horas, a África do Sul registou 16.435 novos casos de covid-19, o que representa um aumento de 29,9%, segundo as autoridades de saúde.

"Nas últimas 24 horas registaram-se mais de 1 milhão de pessoas para serem inoculadas com a vacina, após a reabertura e podemos confirmar que algumas províncias já recomeçaram a vacinar", afirmou.

Leia Também: África do Sul. Sobe para 212 mortos e mais de 2.550 detenções

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