"O Governo do Chile informa que o dirigente da oposição venezuelana Emílio Graterón foi acolhido na qualidade de hospede na residência da Embaixada do Chile na Venezuela", explica o Ministério de Relações Exteriores do Chile em comunicado.
O documento, divulgado na página 'web', explica que "a decisão do Governo do Chile obedece a um pedido do líder da oposição, Juan Guaidó, e tem como propósito dar proteção a esta pessoa, que sofre de perseguição política de parte do regime de Nicolás Maduro".
"O Governo do Chile reitera que é inaceitável a existência de presos políticos na Venezuela e que a [recente] detenção arbitrária do deputado Freddy Guevara constitui atos que atentam contra as normas básicas dos direitos humanos, do respeito pelas garantias individuais e a criação de confiança para avançar em uma transição plena para a democracia nesse país", conclui.
Advogado e político venezuelano, Emilio Graterón Colmenares foi presidente da Câmara Municipal de Chacao (leste de Caracas) entre 2008 e 2013 e é coordenador do partido opositor Vontade Popular, dirigido por Leopoldo López (atualmente asilado em Espanha) e ao qual pertencia Juan Guaidó.
Em 13 de julho o Governo venezuelano voltou acusou a oposição de estar a armar, com o apoio da Colômbia, "criminosos para desestabilizar" o país e pediu a detenção dos opositores Gilber Caro, Luís Somaza, Hasler Iglesias e Emilio Graterón.
A acusação foi feita por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional (eleita em dezembro de 2020 e controlada pelo chavismo), durante uma conferência em que acusou também o Presidente da Colômbia, Iván Duque, de tentar desestabilizar a Venezuela, usando os grupos criminosos que na semana anterior realizaram violentos confrontos com as forças de segurança em Caracas.
Jorge Rodríguez falava em Caracas, durante uma conferência de imprensa em que disse que as autoridades locais desativaram planos para atentar contra o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em 5 de julho último, durante os atos comemorativos da Batalha de Carabobo.
Rodríguez acusou os quatro conhecidos dirigentes do partido opositor Vontade Popular (centro-esquerda) Gilber Caro, Luís Somaza, Hasler Iglesias e Emilio Graterón de estarem envolvidos nos planos de conspiração para assassinar Nicolás Maduro e pediu ao Ministério Público que ordene que sejam detidos.
Como prova, o parlamentar exibiu alegadas conversações dos envolvidos, através de contas de WhatsApp, sublinhando que "podem apagar as mensagens mil vezes, mas com um programa é possível recuperar toda a informação".
"Acreditavam que como os noruegas (mediadores do diálogo) e a missão técnica exploratória da União Europeia, estão no país, teriam impunidade", disse.
O pedido de detenção dos opositores teve lugar um dia depois de as autoridades venezuelanas tentarem deter, sem sucesso, o líder político opositor Juan Guaidó, detendo, entretanto, o ex-vice-presidente do parlamento (eleito em 2015), o oposicionista Freddy Guevara.
Segundo o Ministério Público Freddy Guevara "será acusado dos crimes de terrorismo, de atentado contra a ordem constitucional, de associação para cometer um crime e de traição à pátria"
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