A Coreia do Norte está a apertar as proibições a tudo o que sejam influências estrangeiras, mesmo que na fronteira. E quem for apanhado a violar as leis pode enfrentar pena de prisão ou, mesmo, de morte, indica a BBC.
Em causa estão novas recomendações que impedem, por exemplo, o uso de calão e expressões sul-coreanas, obrigando os cidadãos ao uso exclusivo do vocabulário padrão norte-coreano. Conforme foi indicado através da imprensa estatal, o coreano baseado no dialeto da Coreia do Norte é superior e deve ser usado corretamente pelos jovens.
Um exemplo é a palavra "oppa" - uma denominação carinhosa usada pelas mulheres para se referirem aos maridos, namorados ou irmãos mais velhos -, usada ostensivamente nos dramas sul-coreanos.
Os mesmos avisos servem para a adoção de moda, penteados ou música da Coreia do Sul. O jornal norte-coreano Rodong Sinmun fez um aviso aos jovens contra os perigos de seguir a cultura sul-coreana. "A penetração ideológica e cultural escondida atrás da colorida burguesia é ainda mais perigosa do que inimigos armados", podia ler-se.
Em causa estará, principalmente, a música pop sul-coreana (K-Pop), um fenómeno global que Kim Jong-un apelidou de "cancro perigoso", que corrompe "a forma de vestir, de pentear, o discurso e o comportamento" dos jovens norte-coreanos, conforme cita o New York Times.
Sublinhe-se que, em 2018, num ato inédito, alguns artistas de K-Pop atuaram em Pyongyang, num concerto a que o líder norte-coreano assistiu. Segundo indicou, na altura, a estatal KCNA Jong-un, o primeiro líder do país a assistir a uma performance sul-coreana na capital, ficou "ficou comovido" com a performance.
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