Governo australiano admite "atraso de dois meses" no plano de vacinação

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, admitiu hoje um atraso de dois meses no calendário de vacinação contra a covid-19, numa altura em que mais de metade da população continua confinada, devido a um novo surto.

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Lusa
21/07/2021 08:06 ‧ 21/07/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

As autoridades pretendiam vacinar toda a população até ao final de outubro, mas os dados atuais indicam que apenas 14% das pessoas com idade igual ou superior a 16 anos receberam as doses necessárias para completar a inoculação.

O governo atribuiu os atrasos aos obstáculos à importação e aos desafios logísticos no vasto território do país, com 25 milhões de habitantes, mas os opositores do executivo também denunciam problemas na campanha de comunicação e nas negociações com as empresas farmacêuticas.

Morrison, cuja popularidade está em declínio, devido à gestão do atual surto de covid-19 e da lenta campanha de vacinação, assumiu, em conferência de imprensa, "a responsabilidade pelos problemas" da Austrália, mas também "pelas soluções que [o governo] está a implementar".

A Austrália tem gerido com sucesso a pandemia, com políticas de contenção rápidas e localizadas, mas o lento programa de vacinação colocou-a ao nível dos países em desenvolvimento, como Belize e Suriname, de acordo com o jornal The New York Times.

O governo australiano também foi obrigado a mudar as diretrizes em relação à vacina AstraZeneca, produzida localmente, e em que assentava o plano de imunização, na sequência de casos de trombose.

"Tivemos desafios neste programa, como muitos países", disse Morrison, que sublinhou que o país está a recuperar do atraso, tendo vacinado um milhão de pessoas na última semana.

As críticas ao plano de vacinação aumentaram após os surtos surgidos em meados de junho, relacionados com a variante Delta, em Sydney, confinada até 30 de julho.

Para além de Sydney, a cidade mais populosa do país, com 5,3 milhões de habitantes, as autoridades regionais mantêm também a população dos estados de Vitória e da Austrália do Sul confinada até dia 27.

A Austrália, que fechou as fronteiras em março de 2020 e ainda não repatriou 34 mil residentes e cidadãos, contabilizou pouco mais de 32 mil casos de covid-19 e 915 mortes desde o início da pandemia.

Na quarta-feira, as autoridades sanitárias comunicaram 110 novas infeções em Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney, 22 em Vitória e uma na Austrália do Sul, elevando para 1.400 o total de infetados pelo atual surto.

Leia Também: Covid-19. Austrália regista primeira morte em quase três meses

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