Estado Islâmico e Al Qaeda ganham influência em África em 2021

África tornou-se o continente mais atingido pelo terrorismo na primeira metade de 2021, devido ao aumento da influência do Estado Islâmico, Al Qaeda e organizações terroristas suas afiliadas, revelaram na sexta-feira especialistas da ONU.

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Lusa
24/07/2021 06:20 ‧ 24/07/2021 por Lusa

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Segundo um painel de especialistas, em relatório para o Conselho de Segurança da ONU, esta realidade é "especialmente verdadeira" em partes de África Ocidental e Oriental, onde ambos os grupos terroristas e afiliados aumentaram a sua capacidade de recolha de fundos e armas, onde se inclui o uso de 'drones'.

Vários dos grupos afiliados mais bem-sucedidos do Estado Islâmico (EI) estão nas regiões da África Central e Ocidental, enquanto grupos ligados à Al Qaeda encontram-se na Somália e na região do Sahel.

Para os especialistas é "preocupante" que estes grupos terroristas estejam, na África Ocidental, a aumentar a sua influência e atividades, desde o Mali, para o Burkina Faso, Costa do Marfim, Níger e Senegal, bem como incursões desde a Nigéria para os Camarões, Chade e Níger.

No leste do continente, as atividades destes grupos espalharam-se desde a Somália para o Quénia e de Moçambique para a Tanzânia, alertaram.

Os especialistas referiram também que quer o EI, quer a Al Qaeda, "têm-se gabado dos danos causados pela pandemia de covid-19 nos seus inimigos" embora não tenham tirado proveito da doença.

"Apesar do EI pensar em transformar o vírus numa arma, os países não detetaram planos concretos para implementar esta ideia", apontam.

O relatório alerta também que na Europa e em outras zonas sem conflitos, o confinamento e encerramento de fronteiras causados pela covid-19 retardaram o movimento e concentração de pessoas, "ao mesmo tempo que aumentou o risco da radicalização 'online'".

Assim, os especialistas alertam que durante a pandemia "podem ter sido planeados ataquesem vários locais", que "podem ser executados quando as restrições terminarem".

No Iraque e na Síria, "a principal zona de conflito do EI", as atividades do grupo extremista evoluíram para "uma insurgência em trincheiras, explorando os pontos fracos da segurança local para encontrar refúgios seguros e atacar as forças que os combatem".

Apesar das fortes pressões antiterrorismo das forças iraquianas, os especialistas sublinharam que os ataques do EI em Bagdade em janeiro e abril "demonstraram a resiliência do grupo extremista".

Na província de Idlib, controlada pelos rebeldes na Síria, os especialistas disseram que grupos próximos da Al Qaeda continuam a dominar a região, onde chegam a estar mais de dez mil "combatentes terroristas". 

Leia Também: EI reivindica ataque suicida a mercado que causou 30 mortos em Bagdade

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