"As gerações futuras devem utilizar esta experiência. Tornou-se claro durante o mandato deste Governo que confiar no Ocidente não funciona", disse Khamenei, citado pelas agências Associated Press e France-Presse.
O líder iraniano falava num encontro com o Presidente cessante, Hassan Rohani, e os membros do seu executivo, de acordo com o seu 'site' oficial.
Khamenei acusou também os Estados Unidos de teimosia nas conversações sobre o programa nuclear do Irão.
"Nas recentes conversações sobre o nuclear, os americanos insistiram veementemente na sua posição obstinada. Quando fazem promessas e no papel dizem que vão retirar as sanções, mas na prática não o fizeram e não o farão. Depois dizem que devem ser acrescentados novos artigos ao acordo que já existe", afirmou.
Considerado o principal sucesso diplomático de Hassan Rohani, o acordo nuclear de 2015 com Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia concedeu ao Irão um alívio das sanções internacionais em troca de limites ao seu programa atómico.
Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente os Estados Unidos do acordo e reimpôs sanções punitivas ao Irão.
"Os ocidentais não nos ajudam e dão um golpe onde podem. Quando não o fizeram, foi porque não puderam", disse Khamenei.
"Eles não ajudam, eles são inimigos", acrescentou num outro passo da sua intervenção.
O sucessor de Trump, Joe Biden, manifestou a sua disponibilidade para renegociar o acordo e Washington iniciou conversações indiretas com o Irão em abril.
Os outros signatários têm mantido negociações em Viena, sede da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), e já realizaram seis rondas de conversações.
A mais recente terminou em 20 de junho, sem ter sido estabelecida uma data para uma nova ronda.
Hassan Rohani será substituído, no início de agosto, como Presidente do Irão pelo clérigo ultraconservador Ebrahim Raissi, que venceu as eleições presidenciais de 18 de junho com mais de 60% dos votos.
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