União Africana saúda doação de vacinas mas alerta para a sua validade
O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) saudou hoje as doações de vacinas contra a covid-19 para o continente, mas alertou que "os países (doadores) devem estar atentos às datas de validade".
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Mundo Covid-19
"Se as vacinas chegarem com uma data de validade muito curta será muito difícil absorvê-las e (...) encontrar-nos-emos num cenário muito confuso em que a narrativa pode ser facilmente mal interpretada" de que as vacinas não foram utilizadas, disse John Nkengasong, numa conferência de imprensa virtual.
A este respeito, a diretora regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África, Matshidiso Moeti, salientou na mesma conferência de imprensa que "algumas das doações poderiam ter um tempo muito curto" antes de expirarem, o que tornaria muito difícil a sua utilização.
De acordo com Nkengasong, os doadores devem visar um prazo de validade de três a quatro meses para assegurar a distribuição eficaz dos medicamentos nas nações africanas que os recebem.
Embora a vacinação em África ainda esteja muito atrasada em relação ao resto do mundo - apenas 1,6% dos africanos receberam o calendário completo de vacinação - o chefe do África CDC confirmou que as primeiras doses adquiridas pela União Africana (UA) chegarão ao continente nos próximos dias.
A agência assinou um acordo em março passado com a Janssen, uma subsidiária da Johnson & Johnson Pharmaceuticals, para a reserva de 220 milhões de vacinas de dose única - com a opção de adicionar mais 180 milhões em 2022 -- das quais receberá um primeiro lote de oito milhões de doses nos próximos dias e lotes maiores durante os meses de agosto, setembro e outubro.
"Mal consigo acreditar que estamos a falar de entregar estas vacinas, quando no início deste ano ainda estávamos a discutir a possibilidade de fechar um contrato", disse Nkengasong, com evidente satisfação.
No entanto, a principal fonte de fornecimento de vacinas para o continente africano continua a ser o mecanismo Covax - impulsionado pela OMS para assegurar um acesso global e equitativo - que retomou as remessas este mês, após ter sido bloqueado no final de março, quando a Índia suspendeu as exportações para lidar com uma nova onda mortal do vírus.
Mas o continente está a mais de 700 milhões de doses para a cobertura de 30% da sua população até ao final de 2021, segundo advertiu Moeti.
A COVAX assinou acordos a meio do mês com os fabricantes chineses Sinopharm e Sinovac para distribuir 110 milhões de vacinas antivirais a nível mundial, das quais 32,5 milhões irão para África.
África contabiliza 6.587.734 infetados com o novo coronavírus, registando 167.183 óbitos associados à covid-19.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.190.383 mortos em todo o mundo, entre mais de 195,8 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
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