Após o encontro com o seu homólogo, em breves declarações, que duraram menos de três minutos, o chefe de Estado brasileiro afirmou que Cabo Verde "estrategicamente é porta de entrada para a África ocidental", e lembrou de acordos firmados entre os dois países nas áreas naval, cultural e a educação.
"Mais de dois mil cabo-verdianos já estudaram em nosso país e estamos ultimando um acordo de mobilidade que facilitará o trânsito dos nossos povos nestes países irmãos", disse Bolsonaro.
O chefe de Estado brasileiro contou ainda que aceitou um convite para oportunamente visitar Cabo Verde e "aprofundar estes laços".
"Quero agradecer a ele [Jorge Carlos Fonseca] quando esteve à frente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e todos os momentos que nos ajudaram nas eleições para organismos internacionais, como a [eleição] para a nossa cadeira não permanente no Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas]", destacou Bolsonaro.
Jorge Carlos Fonseca, por sua vez, destacou também que esta foi a primeira visita oficial que fez ao Brasil como Presidente da República de Cabo Verde para selar e reforçar relações de amizade e cooperação históricas entre os dois países.
"As relações do Brasil com Cabo Verde são de ordem cultural, têm um profundo respaldo na história dos nossos povos, há afinidades de toda a ordem entre o Brasil e Cabo Verde, afinidades na cultura, na música, na literatura, na gastronomia, mas também partilhamos a mesma língua oficial que é o português, partilhamos muitos passos internacionais de concertação," afirmou Fonseca.
O Presidente cabo-verdiano destacou o que classificou como excelente cooperação com o Brasil na área de Defesa e Segurança pública na formação, nos equipamentos na assistência técnica, na área da segurança marítima, elogiando também uma cooperação muito estreita e a nível das polícias, da Polícia Judiciária de Cabo Verde e a Polícia Federal brasileira.
Salientando um dos propósitos da viagem ao Brasil, que é aumentar a cooperação económica entre os dois países, Fonseca disse que a "visita simboliza a vontade Cabo Verde e do Brasil de cimentar este relacionamento, estendê-lo alargá-lo e chegarmos também a uma cooperação económica e empresarial mais visível".
"Cabo Verde faz parte da CEDEAO, que é a Comunidade dos Estados da África Ocidental e constitui um mercado muito importante e, portanto, os empresários brasileiros, os homens de negócio brasileiros, podem não só ascender ao pequeno mercado de Cabo Verde, mas ao enorme mercado de que Cabo Verde faz parte que é o da CEDEAO", frisou.
Depois da vista à Brasília, o Presidente de Cabo Verde, juntamente com o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, participará da reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, a 31 de julho.
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