Os meios de comunicação turcos indicaram que a vítima morreu na sexta-feira em consequência de disparos desde o lado grego do rio Evros, que faz fronteira entre a Grécia e a Turquia.
Após o incidente, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia convocou a responsável de negócios da embaixada grega, Elena Vakali, para expressar o seu protesto pelo sucedido e exigir uma investigação da situação, a captura e punição dos responsáveis e indemnizações para a família da vítima, segundo a agência turca Anadolu.
Num comunicado hoje divulgado, o Ministério das Relações Exteriores da Grécia disse que Vakali rejeitou, totalmente, as acusações turcas sobre o suposto incidente no rio Evros.
A responsável de negócios de negócios da embaixada grega apontou para o lado turco "a obrigação deste último de vigiar as suas fronteiras e não permitir a atividade dos traficantes e a imigração ilegal".
A polícia da Grécia também emitiu um breve comunicado em que assegura que não houve envolvimento de forças gregas no suposto incidente.
Enquanto os meios de comunicação gregos falam do confronto de pessoas envolvidas no tráfico de migrantes, alguns jornais turcos afirmam que o homem foi baleado por "soldados gregos que patrulhavam" na fronteira e por outros "homens gregos vestidos à civil".
De acordo com a agência turca Anadolu, o tiroteio ocorreu na sexta-feira à tarde, quando dois vizinhos da aldeia Adasarhanli, no lado turco da fronteira a cerca de 70 quilómetros a sul da capital da província de Edirne, falavam na margem do rio Evros.
Um deles, Mehmet Durgun, de 43 anos, foi atingido na cara por uma bala e morreu no local, indicou a agência.
O diário turco Hürriyet avançou que os dois homens estavam a aproximar-se de uma ilhota no rio para recuperar um barco utilizado para o tráfico de migrantes e que tiveram uma discussão com pessoas vestidas à paisana no lado grego, antes de serem baleados com uma pistola.
O rio Evros, rodeado de florestas e com um canal dividido por numerosos ilhéus, é uma zona de passagem frequente de refugiados e migrantes que tentam atravessar para a União Europeia, o que tem causado repetidas tensões entre a Turquia e a Grécia.
O incidente mais grave ocorreu no início de março de 2020, quando as autoridades turcas facilitaram a chegada de milhares de migrantes ao rio Evros, às vezes auxiliados por traficantes da zona.
As patrulhas gregas usaram gás lacrimogéneo e balas de borracha para afastar as tentativas de atravessar e, de acordo com inúmeros testemunhos, maltrataram aqueles que conseguiram chegar ao território grego, para logo devolvê-los ao lado turco.
As autoridades turcas asseguram que dois refugiados foram mortos por disparos durante estes incidentes, embora Atenas tenha negado qualquer responsabilidade a este respeito.
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