A violência eclodiu na área de Khaldé, perto da capital do Líbano, quando uma emboscada que tinha como alvo o cortejo fúnebre de um membro do Hezbollah morto no sábado deu origem a uma troca de tiros entre apoiantes dos movimento xiita e residentes sunitas da região.
No sábado à noite, Ali Chebli, membro do movimento armado xiita Hezbollah, foi assassinado à queima-roupa durante um casamento em Khaldé, como vingança pela morte, em agosto de 2020, de duas pessoas durante uma rixa, na mesma zona.
Os acontecimentos de hoje levaram o exército a "enviar reforços" para o setor de Khaldé, disse uma fonte militar, citada pela agência francesa de notícias AFP.
Em comunicado, o exército anunciou que "irá abrir fogo contra qualquer pessoa armada [que passe] nas estradas de Khaldé e contra qualquer um que atire seja onde for".
O Hezbollah, por sua vez, pediu ao exército e às forças de segurança que detenham os autores da "emboscada" que, segundo um comunicado daquele grupo, provocou dois mortos entre as pessoas que acompanhavam o cortejo fúnebre.
O primeiro-ministro indigitado do Líbano, Najib Mikati, pediu "contenção", alertando para o conflito de "correntes confessionais", já que a tensão entre sunitas e xiitas está bastante alta no Líbano.
Estes episódios de violência acontecem num contexto já difícil no Líbano, numa altura em que o país está há quase dois anos a viver uma crise económica sem precedentes e em que a instabilidade política está a aumentar desde o outono de 2019, quando teve início uma revolta popular contra a classe dominante, acusada de corrupção.
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